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quarta-feira, 11 de fevereiro de 2015

Quando nasce a intolerância?

            Pra quem ainda não sabe, estou trabalhando como Orientador Socioeducativo num Centro para Crianças e Adolescentes aqui da zona norte de São Paulo. Minha turma conta com cerca de vinte e cinco crianças na faixa etária dos nove aos quinze anos de idade.
            Antes mesmo de entrar lá, eu já havia elaborado um projeto de fomento à leitura e à escrita; mas, quando soube que faria parte da equipe de Orientadores, expandi o projeto e dividi-o em três eixos. Hoje, o projeto consiste no Palavreando, no Fazendo Arte e no Socializando – os três, trabalhados simultaneamente, propiciaram a criação de um quarto: a Mostra Cultural.
            Cada projeto foi nomeado de forma que seu nome o defina.
            O Palavreando objetiva estimular a leitura e o desenvolvimento da escrita; nele, trabalharemos a produção de diversos gêneros: mapas, manchetes, poemas, notícias, narrativas, quadrinhos, rótulos, receitas, gráficos, placas etc. Isso fará com que as crianças e os adolescentes conheçam as possibilidades tanto no mundo da leitura como no da escrita – na escrita, por exemplo, elas aprenderão que não precisam só copiar, mas que elas podem criar.
            O Fazendo Arte será focado na apreciação de obras de arte, filmes, músicas e fotografias. Contextualizarei cada gênero de acordo com as necessidades encontradas na turma; discutiremos sobre os possíveis significados de cada obra; conheceremos os autores e o contexto sociocultural de cada obra. Após todo esse trabalho, no caso das obras de arte, realizaremos releituras e versões – isso permitirá que eles se apropriem dos detalhes passados despercebidos, bem como desenvolvam sua criatividade e sua criação.
            O Socializando foi criado, especialmente, para fazer com que a opinião das crianças e dos adolescentes seja ouvida – afinal, eles também fazem parte da Sociedade e têm o direito de opinar em todo e qualquer debate. Para isso, levarei discussões sobre temas contemporâneos, mas também discutirei temas os quais são evitados: morte, medos, futuro etc. Ainda no Socializando, criaremos um blogue destinado à postagens das atividades realizadas durante o ano, além das mensagens e bilhetes que eles escreverão sobre cada tema discutido.
            A Mostra Cultural, que tem previsão para acontecer ao fim do semestre, será um evento idealizado por eles desde o início: decoração do espaço, produção dos convites, organização das atividades a serem exibidas etc. Isso fará com que eles conheçam o processo de produção de um evento, onde cada um é responsável por uma parte para que todo o grupo consiga exercer o trabalho final.
            E de uma semana e meia pra cá tem sido assim: produções, discussões, ideias... Desde ontem, por conta do Carnaval que está por vir, estamos trabalhando sobre o tema: ontem, fizemos uma pintura do quadro Carnaval em Madureira, de Tarsila do Amaral – falamos um pouco das características carnavalescas que o quadro traz; hoje, pedi que eles retratassem no papel (em desenho ou em texto), aquilo que eles imaginam ao ouvir a palavra Carnaval.
Um Sábado Qualquer
            Nesse momento, ouvi um comentário: “Carnaval não é de Deus!”. No mesmo instante, uma das crianças veio me questionar isso. Perguntei à criança que disse a frase se ela sabia o que estava dizendo; então, outra criança repetiu: “Mas Carnaval não é, mesmo, de Deus, Júnior!”. Então, decidi explicar um pouco sobre a festa conhecida mundialmente.
            Contei às crianças que, possivelmente, a palavra carnaval tem dois significados: carne vale – que significa “adeus, carne!”; e carne levamen – que significa “supressão da carne”. Ambos os significados remetem ao que conhecemos hoje na festa – o período que antecede a Quaresma, uma “pausa” de quarenta dias nos excessos cometidos durante o ano; um período em que a religião católica acredita que se deve existir a privação da carne.
            Pedi às duas crianças que insistiram que a festa “não é de Deus”, que não tentassem impor isso às demais crianças, pois cada um é livre para acreditar ou não acreditar no que quiser. Com isso, uma outra criança comentou: “Júnior, eu acredito em outros deuses, como Buda, os deuses gregos, os deuses africanos...”. Isso gerou uma polêmica ainda maior. Do outro lado, alguém disse: “Deuses africanos? Credo! Eu não gosto de africanos...”.
            Aquilo me deixou surpreso e triste, ao mesmo tempo. Eu fiquei sem saber como agir. Pedi à criança que não disse mais aquilo, pois era um desrespeito muito grande, um preconceito. Expliquei que, no mundo, existem milhares de culturas, e cada cultura acredita em algo. Comecei a citar alguns dos deuses cultuados ao redor do mundo, hoje e antigamente: Zeus, Poseidon, Hades, Afrodite, Atena, Deus, Tupã, Guaraci, Jaci, Jurupari, Hórus, Ísis, Tot, Set, Lilith, Brama, e disse que há centenas de outros. Isso gerou um alvoroço.
            “Só existe um Deus!”, disse uma criança. Ali, eu percebi que não adiantaria continuar com aquela conversa; não naquele momento, sem um preparo maior. Pedi, mais uma vez, que ninguém tentasse impor seu Deus aos demais, que cada um acreditasse no que quisesse, mas guardasse essa crença para si. Mas planejo voltar com esse assunto em breve, pois acredito que deva ser discutido.
            O que eu quero dizer, é que esse episódio, nada mais, é fruto da intolerância religiosa praticada mundialmente. É o exemplo que deixamos para as nossas crianças: imponham suas crenças às demais, pois somente a sua crença é a correta. Mas, agindo assim, nenhuma nunca vai ser a correta, e as mortes e discriminações por intolerância vão continuar acontecendo.
            Nós, adultos, temos o dever de rever os nossos conceitos. É isso mesmo que queremos deixar para as crianças? Queremos, mesmo, mostrar a elas que, no mundo, apenas um deus é o verdadeiro? Chega dessa luta idiota e ignorante! Vamos mostrar às crianças que o mundo é feito de diferenças, é feito de peculiaridades, é feito de culturas distintas.

            Vamos mostrar às crianças que o mundo precisa ser feito de respeito.

terça-feira, 21 de outubro de 2014

Série: Religiões - CANDOMBLÉ

            O Candomblé é uma religião afrobrasileira com cerca de dois milhões de fieis. É uma religião que combina várias crenças. As crenças tradicionais africanas dos povos Iorubá, Fon e Bantu estão na base da religião. A palavra Candomblé é a junção do termo quimbundo candombe – dança dos atabaques – com o termo iorubá ilé – casa –, portanto, significa “casa da dança com atabaques”. Seguindo sua etimologia, a religião tem a dança e a música como fatores importantes.



            O Candomblé nasceu das pessoas que foram trazidas da África durante a escravidão no Brasil. Muitos senhores de escravos cristãos e a própria Igreja sentiram que era importante a conversão dos escravos africanos. Isso, não apenas para embasar suas obrigações religiosas, mas na esperança de tornar os escravos mais submissos. Embora muitos tenham sido convertidos ao Cristianismo, outros escravos praticavam sua religião em segredo, ou mascaravam sua prática como se fosse o Catolicismo.
            Até meados de 1970, os africanos eram perseguidos caso fossem pegos praticando o Candomblé. Desde então, a religião se tornou muito popular no Brasil, especialmente na cidade de Salvador, na Bahia, nordeste do país. Muitos africanos visitam a cidade para aprender mais sobre seus ancestrais e suas crenças religiosas. Para muitos africanos, o Candomblé não é apenas uma religião, mas uma identidade cultural. Alguns fieis querem remover os elementos cristãos da religião e permitir que ela retorne a sua forma mais pura.

As crenças
            A religião tem como base a anima – a alma – da Natureza; sendo chamada de anímica.
            Para os fieis do Candomblé não existe um conceito de bom e mau; contudo, praticar o mal tem suas consequências. O objetivo de cada um é carregar o seu próprio destino, que é controlado pelo orixá. O orixá de cada pessoa age como um protetor.
            Os orixás são entidades africanas que estão ligadas às forças da Natureza. Cada orixá se manifesta através de emoções – sentem raiva, ciúmes, amam em excesso, são passionais. Além disso, cada um tem o seu sistema simbólico, composto de cores, comidas, cantigas, rezas, ambientes e até horários.
            Por conta do sincretismo que se deu durante a escravidão, cada orixá foi relacionado a um santo católico, de modo que os africanos pudessem manter suas crenças vivas. O exemplo mais conhecido é de São Jorge, que é utilizado para o culto a Ogum, que é o senhor dos metais, da guerra, da agricultura e da tecnologia, segundo a mitologia Iorubá.
            Os templos de candomblé são chamados de casas, roças ou terreiros.
            Para os iorubás, tanto a vida quanto a morte são fases sagradas e, ao oferecer sacrifício aos seus orixás, eles consagram tanto a Terra quando o Céu, afirmando essa crença. Eles acreditam que os animais sacrificados têm a oportunidade de transcender como uma energia consciente. Os fieis do Candomblé são altamente criticados por essa postura, mas deve-se lembrar de que muitas religiões praticaram o sacrifício em algum momento de sua existência.
            Os ogans, conhecidos no Brasil como filhos de santo, passam por transes de possessão profunda – incorporação. Tudo o que eles manifestam pertence aos domínios do inconsciente.
            Um ponto que deve ficar muito enfatizado é o equívoco ao atribuir a maldade ao orixá Exú. Por conta dos colonizadores católicos e catequistas jesuítas, esse orixá ganhou uma versão completamente distorcida, onde é visto como a personificação do mal e da perversidade – mesmo entre adeptos de seitas formadas pelo sincretismo afrobrasileiro. Como já dito, os iorubás não têm um conceito de diabo, do mau. O Exú é o orixá do certo e do errado, do dia e da noite, da dualidade – a bipolaridade, de modo geral. Ele permite a ligação entre o mundo material e o mundo espiritual; é o guardião dos templos, das cidades, das encruzilhadas, das casas e das pessoas.
            O mal-entendido surgiu quando os missionários cristãos o identificaram com o diabo, por conta de sua representação: um homem nu, exibindo um grande falo ereto, ou como um cupinzeiro brotando do solo, representando o órgão sexual masculino. Ele também representa a fartura, a sedução, a fertilidade, a criatividade, a sexualidade. Em lendas iorubás, o Exu revela que a moralidade não está sujeita à divindade, mas às escolhas humanas e suas consequências.

O Mito da Criação
            Para os iorubás, apenas Olodumaré, o deus supremo, está acima dos orixás. Ele representa o poder infinito do Universo; é inacessível e está muito além da compreensão humana. Ao contrário dos demais, não é cultuado e nem incorpora, mas é o mais respeitado.
            Quando decidiu criar a humanidade, Olodumaré criou primeiramente os orixás e, a eles, confiou a supervisão da sua obra. Com isso, para chegar a Olodumaré, é aos orixás que os homens devem procurar, reverenciar e dirigir suas preces e oferendas.
            Orun, uma dimensão intermediária entre o Universo Superior de Olodumaré e a Terra (Ilê), é um lugar muito sagrado e reverenciado, pois é lá que as almas dos mortos vivem, aguardando pela hora de voltar ao mundo dos vivos periodicamente, renascendo.
            O link a seguir, contém uma espécie de áudio-conto com a criação do mundo, segundo a mitologia iorubá: http://www2.cultura.gov.br/audiovisual/acervo/a-criacao-do-mundo-segundo-a-mitologia-ioruba/.


Fontes:
http://mitoemitologias.blogspot.com.br/2012/07/a-criacao-do-homem-na-mitologia-yoruba.html
http://mitologiacomentada.blogspot.com.br/p/ioruba.html
http://ocandomble.wordpress.com/
http://www.ama.africatoday.com/candomble.htm
http://www.bbc.co.uk/religion/religions/candomble/history/history.shtml

http://www.typesofreligion.com/candomble.html

sábado, 20 de setembro de 2014

Série: Religiões - ESPIRITISMO

            O Espiritismo surgiu na França, no século XIX, graças a um pedagogo – Allan Kardec. Para os espíritas mais engajados, o Espiritismo é uma doutrina – um conjunto de leis e princípios – revelada por espíritos superiores a Kardec, que a codificou em cinco trabalhos, hoje conhecidos como: “O Livro dos Espíritos”, “O Livro dos Médiuns”, “O Evangelho Segundo o Espiritismo”, “O Céu e o Inferno” e “A Gênese”.

            Doutrina ou religião? Isso não fica bem explicado. Algumas filosofias são baseadas em seus livros fundamentais (o Marxismo, por exemplo, em “O Capital”, de Karl Marx), mas nem por isso podem ser consideradas como religiões. Segundo Maria Laura Viveiros de Castro Cavalcanti, estudiosa do Espiritismo no Brasil e professora do Departamento de Antropologia Cultural da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), a visão religiosa é criada quando se explica a realidade social pela realidade sobrenatural – sendo assim, pode-se dizer que o Espiritismo é uma religião.

Allan Kardec

História
            Durante o século XIX, aconteceu um fenômeno que mexeu com a Europa: as mesas girantes. O fenômeno consistia no movimento, sem causa física aparente, de mesas e outros objetos mais pesados. Isso acontecia nos salões, após os saraus que eram feitos.
            O fenômeno atraiu a atenção de um pesquisador. Seu nome era Hippolyte Leon Denizard Rivail. Ele era um pedagogo francês, poliglota, autor de diversos livros didáticos e seguidor de um rigoroso método de investigação científica. Por conta disso, não conseguiu aceitar aqueles fenômenos. Passou a estudá-los e observou que forças inteligentes participavam daquelas movimentações, e investigou a natureza dessas forças, que se identificaram como “os espíritos dos homens” que já haviam falecido.
            O pedagogo passou a interrogar os espíritos, analisando as respostas, comparando-as e codificando-as. Tudo passava por uma “peneira” da razão. A partir dessas codificações, foi criado “O Livro dos Espíritos”, com o qual o professor Rivail se imortalizou, adotando o pseudônimo de Allan Kardec – em uma sessão que presenciou, ele ouviu de um médium que ele fora um celta chamado com esse nome; como Kardec, ele deveria juntar os diversos ensinamentos dos últimos séculos numa doutrina que propagasse os ideais de Cristo e trouxesse amparo aos corações humanos.
            A nova religião incitou a fúria da Igreja Católica, já que no Espiritismo, Cristo não é filho de Deus, mas um espírito evoluído. No Espiritismo, a Redenção é algo progressivo, onde a evolução de cada espírito deve alcançar degraus – enquanto no Catolicismo, isso acontecerá em um evento único e universal. Esses dois pontos provocaram grande alarde. Sem contar na questão da reencarnação, que não existe no Catolicismo.
            A religião chegou ao Brasil em 1860, e foi acompanhada pela perseguição. A prática espírita era considerada um crime pelo Código Penal de 1890. Mas a religião se fortaleceu e mostrou à população um de seus maiores méritos: a caridade. O salto do Espiritismo no Brasil se deu pelo fato dos centros espíritas terem como marca o fazer bem às comunidades ao seu redor.
            Em uma cidade de Goiás, Palmelo, há uma forte crença no Espiritismo. A cidade foi fundada exclusivamente por espíritas. Anualmente, recebe cerca de 50.000 visitantes que buscam consolo para suas angústias físicas e espirituais. A cidade não permite a venda de bebidas alcoólicas e, nas ruas, há placas com ensinamentos espíritas tirados dos livros de Allan Kardec. Mas a cidade goiana é um fato isolado. Os espíritas são conhecidos pela sobriedade e pelos baixos níveis de proselitismo – não vivem em prol de convencer as pessoas de suas crenças.

Preceitos
            A base da religião está contida nas obras de Allan Kardec. E, desde o seu surgimento, o Espiritismo reivindica um status de ciência e filosofia, além da religião.
            Segundo a religião, todo homem é um médium – um canal de comunicação entre os vivos e os espíritos. Nos centros espíritas, a liderança geralmente é reservada ao médium mais experiente, ou ao próprio fundador do centro. Os médiuns se comunicam com os espíritos dos modos mais diversos. Houve um período em que a comunicação era feita por meio de batidas nas paredes. Hoje, a psicografia e a incorporação são os meios principais.
            O Espiritismo prega que os espíritos são criados em um ponto zero. Todos são imperfeitos e, ao longo de várias e sucessivas encarnações, devem chegar à perfeição. Cada encarnação permitirá ao espírito aprendizado sobre bondade, tolerância e caridade. O livre-arbítrio – a habilidade de escolher o seu próprio destino – é algo muito dito na religião e, por isso, não há só “santos”. Segundo o Espiritismo, há espíritos “maus” destinados a encarnações cheias de sofrimento. E esses espíritos só alcançaram a iluminação e o nível superior ao passo em que eliminarem seus hábitos ruins e praticarem o bem.
            Algo curioso é que o Espiritismo acredita na vida em outros planetas. Para os espíritas, os espíritos são intergalácticos. Não que isso signifique que existam alienígenas pilotando discos voadores pelo espaço, mas formas de vida – incluindo as formas minerais – que são habitadas por espíritos em diferentes estágios de evolução. Pode-se dizer que o Espiritismo foi o precursor das religiões e doutrinas da Nova Era.
            Allan Kardec dividiu o homem em três partes básicas: espírito (a essência imortal), corpo (o invólucro material) e perispírito (o “corpo” que reveste o espírito). Ao morrer, o espírito e o perispírito se libertam do corpo material e seguem rumo à reencarnação. Esse espírito reencarnará o número de vezes necessário para sua evolução. Assim, o Espiritismo tem o Plano Físico (o mundo material) como uma escola de aprendizagem.
            Temas polêmicos como o aborto, a eutanásia e o suicídio são condenados – como em grande parte das religiões –, mas são possíveis porque cada ser tem o livre-arbítrio. A homossexualidade não é condenada, uma vez que as virtudes ou defeitos não sofrem variações em função do sexo do corpo material – mas a pederastia (o fato do homossexual se entregar aos hábitos e práticas promíscuas, que desrespeitem a si e aos outros) o é. Na verdade, o Espiritismo explica a homossexualidade com quatro origens possíveis: a expiação, a opção, o estímulo dos pais, e a missão.
            Na expiação, um espírito que abusou do sentimento do sexo oposto apenas para saciar seus instintos sexuais na encarnação anterior, reencarna, obrigatoriamente, em um corpo oposto – para sentir na pele as humilhações que fez sentir na outra vida. No caso da opção, ocorre um vício. O Espiritismo explica que, assim com há viciados em drogas, há viciados no sexo que procuram sensações e, por isso, acabam desenvolvendo práticas homossexuais. O estímulo dos pais ocorre quando pais frustrados estimulam comportamentos equivocados na conduta sexual dos seus filhos – como a mãe que esperava pela vinda de uma menina e recebeu um menino, e vice-versa. Quando a origem é por conta de uma missão, na qual os espíritos pretendem dedicar-se a determinadas tarefas, optando por inibir seus impulsos de reprodução.

            Para os espíritas, Deus é uma forma de inteligência suprema. É eterno, imutável, imaterial, justo, bom e onipotente. Jesus Cristo, por sua vez, não é o filho de Deus, mas um espírito mais evoluído – um modelo para toda a humanidade.
            O “passe” é um elemento muito conhecido no Espiritismo. Durante a sessão espírita, o médium transmitirá aos seguidores energias consideradas benéficas para sua saúde física e espiritual.


Fontes:

quinta-feira, 4 de setembro de 2014

Série: Religiões - SATANISMO (Parte II)


Se você ainda não leu a primeira parte da matéria, acesse Satanismo - Parte I.

A Bíblia Satânica
            Escrita por Anton LaVey em 1969, apresenta ensaios, observações e alguns rituais que servem como base para o Satanismo Religioso, deixando claro que Satã é uma força da Natureza.
            Nela, LaVey defende que um verdadeiro Satanista não se esconde por trás de um pentagrama e, muito menos, faz preces de invocação – diz que esses são adeptos da magia branca. Na verdade, os Satanistas abominam esses “magos brancos”, que invocam espíritos que podem controlar e aprisionar, enquanto o Satanista invoca e vive em comunhão com a entidade solicitada. Ainda, há um trecho em que é dito que “O demônio tem sido atacado pelos homens de Deus [...] que nunca há uma oportunidade para o Príncipe das Trevas responder do mesmo modo”. Sem contar a “afronta”, onde LaVey diz que sem o Diabo, as religiões que acreditam em Deus jamais teriam chegado onde chegaram com seus “negócios”.

            Na Bíblia Satânica, há Nove Afirmações Satânicas:
1.      Satã representa indulgência, e não abstinência!
2.      Satã representa a essência da vida, e não sonhos espirituais fúteis!
3.      Satã representa conhecimento ilimitado, e não autoilusão hipócrita!
4.      Satã representa bondade para todos que merecem, e não amor desperdiçado com ingratos!
5.      Satã representa vingança, e não dar a outra face!
6.      Satã representa responsabilidade para os responsáveis, e não preocupação com vampiros psíquicos!
7.      Satã representa o homem como apenas mais um animal, por vezes melhor, na maioria das vezes pior que aqueles que andam em quatro patas o qual, por causa de seu “desenvolvimento intelectual e espiritual divino”, tornou-se o animal mais perverso de todos!
8.      Satã representa todos os pecados denominados, uma vez que todos eles conduzem à gratificação física, emocional e mental!
9.      Satã tem sido o melhor amigo que a Igreja jamais teve, uma vez que a manteve em funcionamento por todos esses anos!

            Também, há Onze Regras Satânicas:
1.      Não dê opiniões ou conselhos, a menos que te peçam.
2.      Não conte os teus problemas aos outros, a menos que tenha a certeza de que eles querem ouvi-los.
3.      No ambiente natural de outra pessoa, demonstre-lhe respeito ou não vá até lá.
4.      Caso um convidado te incomode em seu ambiente natural, trate-lhe cruelmente e sem misericórdia.
5.      Não tome iniciativas de cunho sexual, a menos que você receba sinais de receptividade.
6.      Não se aproprie do que não te pertence, a menos que seja um fardo para a outra pessoa e ela implore que seja aliviada disso.
7.      Reconheça o poder da magia, caso a utilize com sucesso para obter o que deseja. Se negar o poder da magia após tê-la invocado com sucesso, perderá tudo aquilo que obteve.
8.      Não se queixe daquilo que não precisa se submeter.
9.      Não maltrate crianças.
10.  Não mate animais não humanos, a menos que seja atacado ou precise se alimentar.
11.  Quando estiver andando em território aberto, não incomode ninguém. Se alguém te incomodar, peça-lhe para parar. Se não parar, destrua-lhe.

            Por fim, os Nove Pecados Satânicos:
1.      Estupidez: É uma pena que a estupidez não dói. Ignorância é uma coisa, mas a sociedade alimenta-se cada vez mais da estupidez. Depende das pessoas seguirem tudo o que lhes é dito. A comunicação social promove uma estupidez tratada como uma postura que não é apenas aceita, mas louvada. Os Satanistas devem aprender a ver além dos truques, e não podem se dar ao luxo de ser estúpidos.
2.      Pretensão: Uma postura vazia pode ser tremendamente irritante. Todos são levados a sentir-se como importantes, quer consigam feitos que o promovem ou não.
3.      Solipsismo: Projetar as reações, respostas e sensibilidades em alguém que, provavelmente, não está alinhado com a própria pessoa. É o erro em esperar que as pessoas retribuam a mesma consideração que lhes é dada. Elas não farão isso. Em vez disso, deve esforçar-se para aplicar o ditado “Faça aos outros o que eles fazem a você”.
4.      Autoilusão: Não devemos prestar homenagem a nenhuma das vacas sagradas que nos apresentam, incluindo ao modo como se espera que nos comportemos. A autoilusão só pode ser abordada quando é divertida e de forma consciente. Mas, aí, não é autoilusão.
5.      Conformismo de Massas: Não há problema algum em conformar-se aos desejos de uma pessoa, se isso vai nos beneficiar, em última análise. Mas só os idiotas seguem as massas, permitindo que uma entidade impessoal dite as regras. O segredo é escolher um mestre sabiamente, em vez de ser escravizado pelos caprichos das massas.
6.      Falta de Perspectiva: Jamais podemos esquecer quem e o que somos, e que ameaça podemos ser, apenas por existirmos. Estamos prestes a fazer história, nesse preciso momento, todos os dias. Temos sempre que manter uma ampla visão história e social. Observe os padrões e encaixe as peças como pretende que elas se encaixem. Não seja coagido pelas restrições das massas – entenda que você funciona em um nível diferente do resto do mundo.
7.      Esquecimento de Ortodoxias Passadas: Essa é uma das chaves para a lavagem cerebral que é feita com as pessoas para levá-las a aceitar algo novo e diferente, quando na realidade é algo que outrora foi amplamente aceito, e agora é apenas apresentado em uma nova embalagem. Espera-se que deliremos com o gênio do criador e esqueçamos o original – isso cria uma sociedade descartável.
8.      Orgulho Contraproducente (Contraditório): O importante está na segunda palavra. O orgulho é ótimo até o momento em que você não sabe discernir o necessário daquilo que não vale pra você. A regra do Satanismo é: se funciona para você, ótimo. Quando deixar de funcionar para você, você estiver encurralado e a única forma de resolver a situação é dizendo: “lamento, cometi um erro, quero chega a um meio termo, compensar de alguma forma”, faça isso.

9.      Falta de Estética: É a aplicação física do Fator de Equilíbrio. Obviamente que ninguém consegue, na maioria das vezes, ganhar dinheiro com beleza e forma, por isso são desencorajados numa sociedade consumista. Mas um olhar para a beleza, para o equilíbrio, é essencial e deve ser aplicado para maximizar a eficácia da magia.

Simbologia
- O Pentagrama Invertido: segundo os Satanistas, as três pontas voltadas para baixo do Pentagrama Invertido representam a negação à Santíssima Trindade. As duas superiores indicam o contraste entre pontos de equilíbrio que regem o Universo (criação X destruição; positivo X negativo; masculino X feminino; ação X reação; vida X morte; etc.). O símbolo, como um todo, representa o desejo físico acima da espiritualidade, como algo supremo.
- Baphomet: uma entidade de origem pagã, da era Pré-Cristã, ou seja, existia muito antes do próprio Satanismo surgir. É visto como uma energia da Natureza. Sua mistura de cabra com homem representa a força, a fertilidade e a liberdade – princípios de muitas crenças pagãs.
- Cruz Invertida: também conhecida como a Cruz de São Pedro (1 a.C – 67 d.C.), apóstolo de Jesus e Primeiro Bispo de Roma. Pedro foi acusado como cúmplice no incêndio de Roma e condenado à morte, mas não se achava digno de morrer crucificado como o Cristo. Assim, a cruz em que seria crucificado foi invertida. O símbolo é utilizado pelos Satanistas como uma negação aos dogmas cristãos, uma vez que as cerimônias realizadas no Satanismo são consideravas avessas ao Cristianismo.
- Satã: é considerado o símbolo de choque conta todos os valores instituídos pela Igreja. Assim, Satã representa o Opositor, liderando o homem para a assunção de sua verdadeira natureza. A palavra “Devil” pode ser encontrada em duas formas. No grego “diábolos”, pode ser traduzida como “slanderer”, ou “aquele que acaba com a reputação de alguém” – no caso, a reputação da Igreja. Mas há uma palavra no híndi, “devi”, que pode ser traduzida por “god”, ou “deus”.


quinta-feira, 28 de agosto de 2014

Série: Religiões - SATANISMO (Parte 1)

            Ao falar em Satanismo, a primeira coisa que vem à mente é a “Adoração ao Diabo”. Pois bem, essa é uma das interpretações, a mais recentes, do nosso Mundo Contemporâneo. Mas há outra concepção, datada da Idade Média, a ligação com toda religião e crenças do período Pré-Cristão, ou as religiões não cristãs. Diferente do Cristianismo, o Satanismo, em si, não cultua um deus ou um ser divino, porque para eles o homem é divino. Pode ser dividido em quatro vertentes: o Luciferianismo, o Satanismo Gótico, os Dabblers Satânicos, e o Satanismo Religioso.


- Luciferianismo
            Não é exatamente um culto a Lúcifer – aqui, visto como um anjo, e não como a personificação do mal –, mas o enxergam como uma referência para alcançar a iluminação, a sabedoria, o orgulho, a independência e liberdade. Não é constituído por dogmas a serem seguidos, é praticado de forma individual.
            Não se sabe afirmar quando se originou, precisamente. Mas há indícios de que seus preceitos foram representados em diversas culturas, através da simbologia da serpente ou do dragão – como no Egito, na Babilônia, na Pérsia, e entre os Incas. Na Bíblia, também podem ser encontradas alusões à serpente, como no livro de Gênesis, no terceiro capítulo – em que a serpente tenta Eva a experimentar o fruto proibido.
            Os adeptos do Luciferianismo têm Lúcifer como o ser criador, onipotente e onipresente. Ele abriga dentro de si a Luz e as Trevas, permitindo então o equilíbrio dos dois elementos, que são considerados indispensáveis para a evolução da espécie humana.

- Satanismo Gótico
            Nesse caso, o “gótico” se refere ao período medieval. Foi uma religião “do mal” criada pela própria Igreja, durante a Idade Média. A Igreja dizia que as bruxas adoravam Satã, matavam crianças para seus rituais, vendia as suas próprias almas ao Diabo, quebravam os crucifixos, realizavam missas negras, chamavam tempestades para destruir as plantações, causavam doenças aos animais e homens etc. Diziam que elas viviam apenas para acabar com a vida dos outros.
            Essa lenda sobre o culto a Satã deu origem à “Caça as Bruxas”, em que dezenas de pessoas foram queimadas vivas acusadas de heresia, portadoras de distúrbios mentais, e tantas outras foram enforcadas.
            Isso serviu para colocar medo nos cristãos, impedindo que eles saíssem do controle da Igreja, como também serviu de acusação nos processos inquisitórios. Mas também ajudou a disseminar a imagem de que o Satanismo é um culto ao Diabo cristão, causando grandes transtornos para o Satanismo Religioso.

- Dabblers Satânicos
            Os Dabblers estão ligados ao modismo adolescente. A palavra “dabbler” remete a “entusiasta”. Eles praticam rituais esporádicos, com o sacrifício de pequenos animais. São adeptos do anticristianismo e adoram o demônio cristão. São considerados os “Adoradores do Demônio” e, vez ou outra, promovem atos delinquentes e alguns crimes sérios, como a pedofilia e assassinato, nos quais se dizem motivados pelo próprio Satã.

- Satanismo Religioso
            É a forma mais difundida do Satanismo no Mundo Contemporâneo. A “Church of Satan” (Igreja de Satã) foi fundada em Chicago, no dia 11 de abril de 1930. O fundador foi Anton LaVey.
            Nessa vertente, Satã é respeitado em sua forma original pagã, do período Pré-Cristão. É considerado muito mais como um princípio do que uma divindade. Os Satanistas não adoram Satã, porque eles têm isso como uma filosofia. Cada homem se reconhece como um deus – ou seja, o homem é divino e capaz de alcançar o mais alto nível da evolução. Para os Satanistas, somos simples animais que evoluem, como em qualquer outro sistema complexo. Para eles, cada um é o seu próprio salvador, responsável por sua própria vida.
            Os Satanistas que acreditam em Satã ou em Set como entidades não demonstram adoração por esses (como por exemplo, os Cristãos adoram e rezam para o seu Deus). Eles acreditam que o homem deve atender a seus valores primitivos, e são defensores dos “Sete Pecados Capitais”, alegando que todos eles levam o homem à satisfação física, mental e emocional. Por exemplo, se uma pessoa come mais que o necessário (o pecado da Gula), vai engordar. Mas, se ela não está se importando com sua aparência física, e gosta do modo como ficou, isso é bom para ela (o pecado do Orgulho).

            Com isso, percebe-se que o Satanismo não tem uma concepção sobre o Bem e o Mal, ou sobre o Céu e o Inferno, justamente porque ele não acredita em uma divindade, apenas em uma entidade energética.

Os Rituais Satânicos
            São alguns tipos de rituais vinculados ou praticados pelos Satanistas.
            O primeiro é o sacrifício de homens e animais. Esses, não são praticados pelos seguidores do Satanismo do Mundo Contemporâneo, embora existam evidências de que pessoas que se diziam Satanistas praticavam sacrifícios no passado. Um sacrifício é feito como uma oferta para acalmar uma divindade, um deus, e como o Satanismo não cultua nenhuma divindade, não faria sentido praticá-lo. Outro objetivo do sacrifício era retirar toda a energia expulsada durante a morte da vítima, e canalizá-la na magia, em que o sacerdote a utilizaria para aumentar suas chances de ser bem sucedido.
            O segundo ritual é utilizado nos moldes atuais do Satanismo, e consiste na extração de grande energia interior, mas do próprio indivíduo, sem sacrificar o outro. É dito que o poder psicológico vem da libertação de energias em potenciais. Energias essas, como a do prazer intenso (orgasmo), ira descontrolada, pânico, dor violenta etc. O Ritual do sexo é muito mais utilizado, buscando criar desejo por parte da outra pessoa, ou mesmo convocar o desejo de alguém para que você possa satisfazer sua vontade pessoal.
            O terceiro é o ritual de compaixão. Ele é utilizado para o engrandecimento do próprio indivíduo. É quando o indivíduo pratica a compaixão pela terra, porque é uma coisa viva como todos os seres vivos. O indivíduo disponibiliza o seu tempo para as pessoas que cometeram deslizes, sabendo que você está ajudando animais que não tiveram a chance de viver.
            Há, também, o ritual de destruição. É conhecido como “feitiço” ou “maldição”. Nele, você sacrifica o outro simbologicamente. Ou seja, você utiliza algo da pessoa e faz um encantamento para que ela seja destruída nos aspectos mental, físico e emocional. Mas isso não é com qualquer um, os Satanistas o fazem em situações específicas, quando acham que aquela pessoa, de fato, merece aquilo, ou quando alguém sai do seu próprio caminho para vir para sua vida, apenas com o propósito de te fazer sofrer. É aí que você aplica a destruição!

Leia aqui a segunda e última parte da matéria.

sábado, 23 de agosto de 2014

Série: Religiões - CRISTIANISMO


            O Cristianismo é uma religião monoteísta – ou seja, acredita na existência de um único deus. Ele se baseia nos ensinamentos deixados por Jesus de Nazaré, o qual acreditam ser o Filho de Deus, o Cristo ou o Messias. É dividido em três grandes vertentes: o catolicismo, a ortodoxia oriental e o protestantismo.

A Bíblia
            Como texto religioso, ou escrituras sagradas, o Cristianismo tem a Bíblia, que é considerada pela Igreja como uma escritura de inspiração divina – revelada por Deus. A Bíblia foi escrita entre 1445 e 450 a.C. (livros do Antigo Testamento), e 45 e 90 d.C. (livros do Novo Testamento), por quarenta autores. Boa parte dos historiadores acreditam que os primeiros livros foram escritos mais recentemente – acredita-se que o Pentateuco, por exemplo, foi escrito apenas após o Cativeiro Babilônico (o exílio dos judeus do antigo Reino de Judá para a Babilônia).
            De acordo com a interpretação literal do livro de Gênesis – o primeiro da Bíblia –, Deus criou a luz, o céu, a terra, os astros, os animais e, por fim, o homem, à sua imagem e semelhança. Tudo isso, em seis dias, pois no sétimo dia descansou. Para muitos cristãos e judeus, a criação descrita pela Bíblia não deve ser levada de modo literal, mas de forma metafórica para compreender a criação do Universo. Isso não impede que algumas correntes fundamentalistas do Cristianismo defendam a leitura literal dos textos bíblicos, rejeitando a idade da Terra e do Universo estipuladas pela Ciência – defendem que o Universo foi criado em seis dias, há cerca de dez mil anos atrás. Essa corrente também pode ser definida como criacionista.
            A leitura da Bíblia, de fato, é complicada. No livro de Gênesis, por exemplo, é dito logo no primeiro capítulo, no versículo 27, que Deus criou o homem e a mulher, à sua imagem e semelhança, para multiplicarem-se e encher a terra. Contudo, no segundo capítulo, já no sétimo dia, enquanto descansava, é dito no versículo 5 que ainda não havia plantas nos campos, pois não chovera, e não havia homem para lavrar a terra. E, então, no versículo 7 do segundo capítulo, Deus criou o homem; e no versículo 22 é criada a mulher. Um pouco confuso, não?

Origens
            Com suas origens no Mediterrâneo Oriental, o Cristianismo rapidamente se alastrou, tanto em abrangência como em influência. No século IV já era considerado como a religião dominante no Império Romano.
            Nesse período, a religião começou a disputar espaço com o Paganismo. Em 392 surgiu a primeira proibição dos cultos pagãos. A partir de 435, foi instaurada a pena de morte àqueles que insistissem a fazer rituais pagãos. Mesmo após ceder ao Cristianismo, os pagãos sofreram a cristianização de suas festas, que passaram a ter um novo sentido. Tudo que a Igreja não conseguia destruir, no que se referia às antigas práticas pagãs, ela adaptava aos moldes cristãos. Houve um período em que a fé era dupla: os pagãos acreditavam em Jesus, mas não abandonavam inteiramente as suas práticas.
            Durante a Idade Média, o Cristianismo se espalhou por toda a Europa, adquirindo novos seguidores e, após a Era das Descobertas, com os trabalhos missionários e a colonização, chegou às Américas. Pouco após isso, começou a tão famosa “Caça às Bruxas”, onde as pessoas eram perseguidas por suas crenças e práticas pagãs – durante 400 anos, houve muitas mortes com acusações de bruxaria. Grande parte dos acusados eram adeptos da medicina natural, eram curandeiros e “bruxos” caçados por médicos que tentavam implantar, ali, a medicina científica.

Simbologia
           Para os cristãos, um único deus rege o Universo e a vida humana. Um deus onipotente, onisciente e onipresente. Segundo o Cristianismo, Deus é eterno e, assim, existe como três seres eternos: o Pai, o Filho e o Espírito Santo – a Santíssima Trindade (aceita pela maioria das denominações cristãs, exceto pelo monoteísmo judaico). Outro ponto muito importante, é a figura de Jesus Cristo, o Filho de Deus. Jesus é tido como um exemplo, que veio à Terra para ser sacrificado e permitir que o caminho dos homens até o céu seja alcançado.
            A Igreja é o corpo místico de Cristo na Terra, representando a sua continuidade. As mais importantes são: a Igreja Católica, as Igrejas Protestantes e a Igreja Ortodoxa.
            O culto cristão envolve a oração e a leitura alternada dos salmos ou de passagens bíblicas. São cantados hinos a Deus, Jesus ou ao Espírito Santo, mas também aos anjos e santos (no caso dos católicos, episcopais e ortodoxos). Boa parte das denominações cristãs têm o domingo como o dia de culto. Outras, no entanto, têm o sábado como um dia de guarda, um dia sagrado. Um fato interessante é que, no caso das Igrejas Batistas, Adventistas, Pentecostais e algumas outras, o batizado é feito apenas quando o indivíduo é maduro o bastante para decidir por si, com a certeza de que quer seguir o caminho da fé.
            O Cristianismo tem como seu principal símbolo a cruz, que representou a inserção do plano material e transcendental (que está além dos limites conhecidos do Universo); depois, significou também a ressurreição. Outro símbolo conhecido é o Ichthys, um peixe estilizado – a palavra, em grego, significa “peixe” –, que serve como um acrônimo para Iesus Christus Theou Yicus Soter (Jesus Cristo, filho de Deus, Salvador). Em suas raízes, as letras Alfa e Ômega também eram utilizadas como símbolo da religião, simbolizando que Cristo era o princípio e o fim de todas as coisas. A âncora, também já utilizada, representou a salvação da alma que alcançou o bom porto.

Fontes:

sexta-feira, 22 de agosto de 2014

Série: Religiões


Há algum tempo veio com a ideia de criar posts com as informações das religiões existentes e de algumas que já existiram no mundo.

Farei algumas pesquisas, montarei os documentos e postarei aqui, com a intenção de conhecer as religiões existentes e, até, permitir enxergar o outro lado.