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terça-feira, 23 de junho de 2015

Tudo o que Jenifer sabia...



            Tudo o que Jenifer sabia era que, mais cedo ou mais tarde, ela acabaria explodindo (não literalmente, é óbvio, mas em relação aos seus sentimentos). Ela sabia o que podia ou não fazer e sabia sobre todas as consequências de cada decisão; talvez fosse exatamente isso que a impedisse de agir: saber.
            Saber das coisas não pode ser considerado, exatamente, um dom; está mais para uma maldição: você tem o conhecimento e isso te vai tornar alguém que pode enxergar as coisas, mas, ao mesmo tempo, isso te vai trazer uma série de angústias e noites em claro.
            Jenifer estava exatamente assim – a angústia lhe tomava conta e fazia-lhe não raciocinar direito; ela imaginava coisas, criava histórias absurdas que justificassem a sua vontade.
            Tudo começara há pouco mais de dez anos: no auge da maioridade, Jenifer havia feito a escolha de iniciar um relacionamento (e cada escolha vem com uma renúncia); mas a menina não imaginava que as renúncias seriam tantas. Após vivenciar vários relacionamentos diferentes e amadurecer com cada vivência, a moça havia chegado a um ponto crucial – percebera que não tinha o controle sobre muito do que lhe rondava; e, para ela, isso acabou sendo algo terrível.

            Mas, afinal, para que ter tudo sob controle?

sexta-feira, 10 de outubro de 2014

Crônica: Verás que um filho teu não foge à luta!


            Há muito tempo atrás, em 1500, havia uma terra ignorada pelo resto do mundo. Terra, essa, habitada por milhões de povos nativos, que acabaram ficando conhecidos como índios. Mas a chegada de uma frota vinda de Portugal, comandada por um homem chamado Pedro Álvares Cabral, mudou completamente o destino dessa terra.
            A terra, que ficou conhecida como Brasil, era o lar de um gigante, um ser colossal, dono de força, esperança e perseverança sem iguais. Mas, assim que os portugueses chegaram, eles conseguiram derrubar o gigante. Derrubaram-lhe e deixaram-lhe amarrado debaixo do solo.
            Desde então, esse gigante – o qual não se sabe o nome – vem travando uma séria batalha. Por diversas vezes tentou se reerguer e lutar por seus direitos, lutar pelo simples direito que lhe fora tomado, o direito de viver dignamente. A mais recente foi em junho de 2013.
            Tudo começou por conta do aumento no preço das tarifas do transporte público em várias cidades do país. Nesse momento, o gigante – aquele, adormecido – viu uma oportunidade de reerguer-se. E assim o fez. Os grupos que tomavam frente da manifestação desataram as amarras que ainda seguravam o gigante. e o espetáculo foi lindo!
            O gigante se rebelou. Ele partiu para cada uma das cidades que realizava os protestos, e lutou com força, esperança e perseverança. Lutou bravamente. Enfrentou as milícias que os governos enviaram às ruas. Defendeu a sua terra, exigiu os seus direitos. E ele conseguiu. Por muito lutar, o gigante demonstrou que possuía força o suficiente para conquistar o que lhe havia sido tomado. Houve violência contra aqueles que lutavam por seu direito. Mas o governo, depois de muito tempo – aqui, recordamo-nos dos tempos da Ditadura Militar –, teve de ceder à vontade do povo. Tudo isso, porque o gigante acordara.
            E o gigante conseguiu finalizar a batalha com sucesso. Seus direitos foram-lhe reafirmados. Ali, toda uma nação parabenizava-se pela atitude. Foi lindo de ver. Após isso, várias manifestações passaram a acontecer no país – o gigante exigia o fim da corrupção, melhorias no transporte, debate sobre temas como o ato médico, as PECs 37 (que visava proibir investigações do Ministério Público) e 33 (que visa reduzir os poderes do Supremo Tribunal Federal).
            Mas o tempo passou. Em 2014, o país ansiava pela chegada de um evento esperado por décadas: a Copa do Mundo. Sim, o “País do Futebol” sediaria a Copa do Mundo, receberia as seleções mundiais para um grande campeonato. Irônico é o fato de que os gastos do governo com a Copa do Mundo fora um dos assuntos tratados durante a ascensão do gigante. Durante a Copa, o gigante tentou reagir, mas as tentativas foram inúteis – o exército estava nas ruas, impedindo quaisquer manifestações populares. A Copa aconteceu, e o resultado final não foi bem aceito pela nação.
            A partir de então, o gigante começou a perder forças. São Paulo, a cidade mais populosa do país, dava indícios de uma crise em seu sistema de abastecimento hídrico. Por conta da Copa, as informações quase não eram discutidas – fez-se uma política de silêncio. O governo do estado conseguiu calar o gigante, propondo bônus nas contas de quem reduzisse o consumo de água – e, ainda, conseguiu fazer um racionamento maquiado.
            A esperança final era o período de outubro: as eleições. Parte da nação esperava que o gigante ganhasse forças novamente, persistisse e não desistisse de sua esperança. Parte da nação imaginava a vitória do gigante sobre o governo, no dia 5 de outubro de 2014.
            Mas, infelizmente, nesse dia, o gigante perdeu. O gigante, que outrora havia se mostrado forte em sua ascensão, agora parecia não ser o mesmo. Ele tentou se levantar, mas a preguiça falava mais alto – a comodidade falava mais alto. As coisas permaneceram da mesma forma, em todos os lugares. O gigante percebeu, também, que não havia água para beber, mas preferiu não protestar. Preferiu acreditar em seu governo.
            Aqui, o gigante se esqueceu de sua pátria. Deixou-se ser conduzido. Obedeceu a ordem do governo e deixou de lado o progresso. Mas ainda há uma parcela da nação que não desistiu. Essa parcela aguarda o dia em que o gigante se reerguerá com uma força jamais vista e, desta vez, não voltará a dormir.
           


sábado, 17 de maio de 2014

Ser e Falar. A fenda entre as duas posições.


Sempre há aquelas pessoas que dizem que temos que ser assim, ou daquele jeito. Ou daquele outro.
Sempre há aquelas pessoas que ditam que devemos fazer assim, ou daquela forma. Ou daquela outra.
Existem, ainda, as pessoas que querem que pensemos como elas, ou daquela forma. Ou daquela outra.

Depois de seguir todos esses passos, essas "receitas" de como viver na sociedade, dei-me conta de que nenhuma pode ser seguida. Aliás, poder ser seguida, pode...

Um dia eu acordei e me dei conta de que há um abismo sem fim entre o SER e o FALAR.
Há pessoas que falam tanto, se dizem o modelo pra tantas coisas. E, no fim, não conseguem resolver os próprios problemas.
Não que isso seja recriminável. Mas é estranho. Se você fala tanto como ser alguém, porque você não é esse alguém?

Por causa dos medos. Os medos de anos ainda assombram.
Mas como conseguem falar como o outro deve vencer o seu medo se elas mesmas não conseguem vencê-lo? É isso que me inquieta.

Pare de falar. Aja mais. Seja aquele que você cria em seus sofismas.
Não vou lutar pelo outro sem antes eu lutar por mim. Não vou tentar mostrar os benefícios da mudança ao outro, sem antes eu conseguir enxergar estes benefícios.

Goste de quem você é, e não do que você diz ser.

sexta-feira, 27 de setembro de 2013

Vivemos por fé, e não pelo que vemos.


Fé. O que é a fé para você? É Deus? É religião? É crença? É sentimento?
É mais que isso. É mais que acreditar. É insistir, investir com tudo o que se possui, naquilo que se acredita.
É quando, mesmo as pessoas dizendo-lhe que é incerto, que não é certo, ou que seja certo, você continua acreditando - porque aquilo é o que te move.

A fé é o que te move, te faz perseguir os seus desejos, os seus anseios, os seus ideais. Ao mesmo tempo, a fé é o que te mantém firme, inabalável, nos momentos mais difíceis de sua vida. A fé é como uma âncora, que não vai deixar você se perder durante as tempestades, e vai dificultar um pouco quando você precisar seguir em frente - a menos que você conheça a sua fé.

A fé envolve Deus, pra quem acredita. A fé envolve Ciência, pra quem acredita. A fé envolve pessoas, pra quem acredita. A fé envolve sentimentos, pra quem acredita.

Para quem acredita, é tudo uma questão de Fé.

sábado, 27 de julho de 2013

Controle



E sempre há aquele momento em sua vida em que algo lhe acontece e as pessoas à sua volta tomam suas dores. Natural. Humano. Às vezes um sinal de amor, às vezes apenas um sinal de aproveitamento.
Mas lembre-se de que a vida é sua. As decisões a serem tomadas devem vir dos seus princípios, dos seus sentimentos. É fácil apontar, condenar, julgar e até mesmo "matar" com as palavras. Mas é você, apenas você, quem vai colher os frutos da semente plantada. Independente do nível de afinidade, é só você.

Não vale a pena escolher ou tomar uma atitude porque os outros dizem ser o certo.
Vale a pena tomar a decisão que você sente que precisa ser tomada. A vida é sua, o sentimento é seu, então o controle precisa estar apenas em suas mãos. Caso os frutos a serem colhidos sejam bons, muitos vão desejá-los, até cobiçá-los. Caso sejam frutos estragados, vão deixar que você os tenha sozinho.

Então pare. Reflita. Pegue as rédeas de sua vida.
E viva, porque você é o dono de sua vida, você sabe o que é o melhor pra você. Sim, você sabe.