Tudo o que Jenifer sabia era que,
mais cedo ou mais tarde, ela acabaria explodindo (não literalmente, é óbvio,
mas em relação aos seus sentimentos). Ela sabia o que podia ou não fazer e
sabia sobre todas as consequências de cada decisão; talvez fosse exatamente
isso que a impedisse de agir: saber.
Saber das coisas não pode ser considerado,
exatamente, um dom; está mais para uma maldição: você tem o conhecimento e isso
te vai tornar alguém que pode enxergar as coisas, mas, ao mesmo tempo, isso te
vai trazer uma série de angústias e noites em claro.
Jenifer estava exatamente assim – a angústia
lhe tomava conta e fazia-lhe não raciocinar direito; ela imaginava coisas,
criava histórias absurdas que justificassem a sua vontade.
Tudo começara há pouco mais de dez
anos: no auge da maioridade, Jenifer havia feito a escolha de iniciar um
relacionamento (e cada escolha vem com uma renúncia); mas a menina não
imaginava que as renúncias seriam tantas. Após vivenciar vários relacionamentos
diferentes e amadurecer com cada vivência, a moça havia chegado a um ponto
crucial – percebera que não tinha o controle sobre muito do que lhe rondava; e,
para ela, isso acabou sendo algo terrível.
Mas, afinal, para que ter tudo sob
controle?
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