quinta-feira, 4 de setembro de 2014

Série: Religiões - SATANISMO (Parte II)


Se você ainda não leu a primeira parte da matéria, acesse Satanismo - Parte I.

A Bíblia Satânica
            Escrita por Anton LaVey em 1969, apresenta ensaios, observações e alguns rituais que servem como base para o Satanismo Religioso, deixando claro que Satã é uma força da Natureza.
            Nela, LaVey defende que um verdadeiro Satanista não se esconde por trás de um pentagrama e, muito menos, faz preces de invocação – diz que esses são adeptos da magia branca. Na verdade, os Satanistas abominam esses “magos brancos”, que invocam espíritos que podem controlar e aprisionar, enquanto o Satanista invoca e vive em comunhão com a entidade solicitada. Ainda, há um trecho em que é dito que “O demônio tem sido atacado pelos homens de Deus [...] que nunca há uma oportunidade para o Príncipe das Trevas responder do mesmo modo”. Sem contar a “afronta”, onde LaVey diz que sem o Diabo, as religiões que acreditam em Deus jamais teriam chegado onde chegaram com seus “negócios”.

            Na Bíblia Satânica, há Nove Afirmações Satânicas:
1.      Satã representa indulgência, e não abstinência!
2.      Satã representa a essência da vida, e não sonhos espirituais fúteis!
3.      Satã representa conhecimento ilimitado, e não autoilusão hipócrita!
4.      Satã representa bondade para todos que merecem, e não amor desperdiçado com ingratos!
5.      Satã representa vingança, e não dar a outra face!
6.      Satã representa responsabilidade para os responsáveis, e não preocupação com vampiros psíquicos!
7.      Satã representa o homem como apenas mais um animal, por vezes melhor, na maioria das vezes pior que aqueles que andam em quatro patas o qual, por causa de seu “desenvolvimento intelectual e espiritual divino”, tornou-se o animal mais perverso de todos!
8.      Satã representa todos os pecados denominados, uma vez que todos eles conduzem à gratificação física, emocional e mental!
9.      Satã tem sido o melhor amigo que a Igreja jamais teve, uma vez que a manteve em funcionamento por todos esses anos!

            Também, há Onze Regras Satânicas:
1.      Não dê opiniões ou conselhos, a menos que te peçam.
2.      Não conte os teus problemas aos outros, a menos que tenha a certeza de que eles querem ouvi-los.
3.      No ambiente natural de outra pessoa, demonstre-lhe respeito ou não vá até lá.
4.      Caso um convidado te incomode em seu ambiente natural, trate-lhe cruelmente e sem misericórdia.
5.      Não tome iniciativas de cunho sexual, a menos que você receba sinais de receptividade.
6.      Não se aproprie do que não te pertence, a menos que seja um fardo para a outra pessoa e ela implore que seja aliviada disso.
7.      Reconheça o poder da magia, caso a utilize com sucesso para obter o que deseja. Se negar o poder da magia após tê-la invocado com sucesso, perderá tudo aquilo que obteve.
8.      Não se queixe daquilo que não precisa se submeter.
9.      Não maltrate crianças.
10.  Não mate animais não humanos, a menos que seja atacado ou precise se alimentar.
11.  Quando estiver andando em território aberto, não incomode ninguém. Se alguém te incomodar, peça-lhe para parar. Se não parar, destrua-lhe.

            Por fim, os Nove Pecados Satânicos:
1.      Estupidez: É uma pena que a estupidez não dói. Ignorância é uma coisa, mas a sociedade alimenta-se cada vez mais da estupidez. Depende das pessoas seguirem tudo o que lhes é dito. A comunicação social promove uma estupidez tratada como uma postura que não é apenas aceita, mas louvada. Os Satanistas devem aprender a ver além dos truques, e não podem se dar ao luxo de ser estúpidos.
2.      Pretensão: Uma postura vazia pode ser tremendamente irritante. Todos são levados a sentir-se como importantes, quer consigam feitos que o promovem ou não.
3.      Solipsismo: Projetar as reações, respostas e sensibilidades em alguém que, provavelmente, não está alinhado com a própria pessoa. É o erro em esperar que as pessoas retribuam a mesma consideração que lhes é dada. Elas não farão isso. Em vez disso, deve esforçar-se para aplicar o ditado “Faça aos outros o que eles fazem a você”.
4.      Autoilusão: Não devemos prestar homenagem a nenhuma das vacas sagradas que nos apresentam, incluindo ao modo como se espera que nos comportemos. A autoilusão só pode ser abordada quando é divertida e de forma consciente. Mas, aí, não é autoilusão.
5.      Conformismo de Massas: Não há problema algum em conformar-se aos desejos de uma pessoa, se isso vai nos beneficiar, em última análise. Mas só os idiotas seguem as massas, permitindo que uma entidade impessoal dite as regras. O segredo é escolher um mestre sabiamente, em vez de ser escravizado pelos caprichos das massas.
6.      Falta de Perspectiva: Jamais podemos esquecer quem e o que somos, e que ameaça podemos ser, apenas por existirmos. Estamos prestes a fazer história, nesse preciso momento, todos os dias. Temos sempre que manter uma ampla visão história e social. Observe os padrões e encaixe as peças como pretende que elas se encaixem. Não seja coagido pelas restrições das massas – entenda que você funciona em um nível diferente do resto do mundo.
7.      Esquecimento de Ortodoxias Passadas: Essa é uma das chaves para a lavagem cerebral que é feita com as pessoas para levá-las a aceitar algo novo e diferente, quando na realidade é algo que outrora foi amplamente aceito, e agora é apenas apresentado em uma nova embalagem. Espera-se que deliremos com o gênio do criador e esqueçamos o original – isso cria uma sociedade descartável.
8.      Orgulho Contraproducente (Contraditório): O importante está na segunda palavra. O orgulho é ótimo até o momento em que você não sabe discernir o necessário daquilo que não vale pra você. A regra do Satanismo é: se funciona para você, ótimo. Quando deixar de funcionar para você, você estiver encurralado e a única forma de resolver a situação é dizendo: “lamento, cometi um erro, quero chega a um meio termo, compensar de alguma forma”, faça isso.

9.      Falta de Estética: É a aplicação física do Fator de Equilíbrio. Obviamente que ninguém consegue, na maioria das vezes, ganhar dinheiro com beleza e forma, por isso são desencorajados numa sociedade consumista. Mas um olhar para a beleza, para o equilíbrio, é essencial e deve ser aplicado para maximizar a eficácia da magia.

Simbologia
- O Pentagrama Invertido: segundo os Satanistas, as três pontas voltadas para baixo do Pentagrama Invertido representam a negação à Santíssima Trindade. As duas superiores indicam o contraste entre pontos de equilíbrio que regem o Universo (criação X destruição; positivo X negativo; masculino X feminino; ação X reação; vida X morte; etc.). O símbolo, como um todo, representa o desejo físico acima da espiritualidade, como algo supremo.
- Baphomet: uma entidade de origem pagã, da era Pré-Cristã, ou seja, existia muito antes do próprio Satanismo surgir. É visto como uma energia da Natureza. Sua mistura de cabra com homem representa a força, a fertilidade e a liberdade – princípios de muitas crenças pagãs.
- Cruz Invertida: também conhecida como a Cruz de São Pedro (1 a.C – 67 d.C.), apóstolo de Jesus e Primeiro Bispo de Roma. Pedro foi acusado como cúmplice no incêndio de Roma e condenado à morte, mas não se achava digno de morrer crucificado como o Cristo. Assim, a cruz em que seria crucificado foi invertida. O símbolo é utilizado pelos Satanistas como uma negação aos dogmas cristãos, uma vez que as cerimônias realizadas no Satanismo são consideravas avessas ao Cristianismo.
- Satã: é considerado o símbolo de choque conta todos os valores instituídos pela Igreja. Assim, Satã representa o Opositor, liderando o homem para a assunção de sua verdadeira natureza. A palavra “Devil” pode ser encontrada em duas formas. No grego “diábolos”, pode ser traduzida como “slanderer”, ou “aquele que acaba com a reputação de alguém” – no caso, a reputação da Igreja. Mas há uma palavra no híndi, “devi”, que pode ser traduzida por “god”, ou “deus”.


Nenhum comentário:

Postar um comentário

Me dê a sua opinião, pois será importante para o meu aperfeiçoamento e para que eu possa fixar em áreas específicas da preferência do público.