sexta-feira, 1 de novembro de 2013

Onde reina a esperança.




Ele acordou. O relógio marcava 6:45, estava muito cedo. Virou-se para o lado, e percebeu algo inusitado. A parede do seu quarto estava destruída, com um grande buraco em seu centro. O mais estranho não era isso, mas o que se enxergava do outro lado não era a sua vizinhança.
O menino levantou-se de súbito, assustado. Havia um vasto campo florido no outro lado da parede, uma terra desconhecida. Um grande lago, de uma água acobreada. Definitivamente, ali não era o seu lar.
Tenso, o garoto trocou de roupa e colocou a cabeça para fora do buraco, esperando tê-la arrancada por algo. Por sorte, nada aconteceu. Sua casa já não existia, era somente aquele cômodo, o seu quarto, no meio daquela terra desconhecida. Rodeou o cômodo, e nada encontrou, nenhum vestígio de sua casa, de seus pais.
O medo começou a tomar conta, e então o menino decidiu explorar o lugar, procurar por ajuda. Duas horas de caminhada renderam-lhe apenas desgaste, sede e fome. Lembrou-se de que havia guardado uma maçã em seu criado, e voltou para buscar.
Mas, para a sua surpresa, o seu quarto desaparecera. Ele tinha a certeza de que não havia voltado pelo caminho errado, e nem teria como errar... Mas não encontrou nada. O desespero só aumentou. O menino sentou-se no chão e desabou em prantos. Estava perdido, sozinho, com fome e com sede. E não podia satisfazer nenhuma de suas necessidades.
Ele, então, enxugou os olhos com a camiseta listrada e pôs-se de pé. Pensou em tudo aquilo que lhe dava forças, que o deixava feliz. Pensou em seus pais, pensou em sua casa, pensou em seus amigos, pensou em comida, pensou em brincar. Mas a única coisa que acabou dando certo foi pensar em sonhar. O garoto percebeu que poderia estar sonhando, que tudo aquilo estivesse acontecendo em seu inconsciente, e então fez o que há de melhor a se fazer em um sonho. Desejou água potável. E uma garrafa de água começou a brotar, inesperadamente, da terra. Desejou comida. E árvores passaram a crescer, rapidamente, ao seu redor, dando frutos diversos, alguns desconhecidos. Desejou um abrigo. E, assim, uma cabana se montou sozinha, ao seu lado.
O garoto ficou maravilhado com aquilo. Poderia fazer surgir tudo o que desejasse? Desejou, então, que os pais estivessem ali. Estranhamente, duas criaturas se ergueram da terra, limpando os resquícios de sujeira e ficando de pé, ao lado do menino, sorrindo. Eram seus pais. O menino correu e abraçou-os.
Pronto. Tinha tudo o que queria. Água, comida, um novo lar e seus pais. Mas seriam os três, unicamente, naquele lugar? O menino passou a desejar outras coisas. Amigos, pessoas sábias, pessoas boas. Animais. Desejou, também, alegria, humildade.
E aquele mundo foi se transformando. Em poucos minutos estava totalmente habitado, por seres humanos, animais e plantas. Mas não era um mundo como o qual o garoto estava acostumado. Era diferente.
Havia, no ar, algo que ele jamais conseguira sentir em seu "mundo real". Havia esperança.

sábado, 12 de outubro de 2013

Somos aqueles que podem trazer amor ao mundo!


Ação de criar, produzir, erguer. Criação. Indivíduo da espécie humana na infância.
Indivíduo da espécie humana na infância com a exorbitante e incrível capacidade de criar um mundo onde o amor é a linguagem universal.

Uma criança carrega consigo a pureza. Não tem medo, não tem preconceito, não tem ódio, não faz distinção. Mantém tudo isso, até que vem o adulto e insere todas as outras coisas que destroem esta pureza - com a justificativa de que a vida pede sabedoria. Tolos aqueles que pensam que sabedoria está em ser mais que o outro. Uma criança sabe, mais que qualquer um, que sabedoria é saber erguer um mundo inteiro, com seus habitantes, com suas histórias, entrelaçados em um bom enredo.

Vamos olhar mais aos nossos pequenos. Vamos ajudá-los a construir e erguer o mundo que eles idealizam.
Vamos ressuscitar a criança que fomos um dia. Vamos nos juntar e resgatar essa pureza.

Um feliz dia da criança!

quinta-feira, 10 de outubro de 2013

Conto - A Estrela Guia



Arábia. Cerca de dois mil anos atrás.

    Três homens atravessavam pelas terras áridas do deserto naquele fim de tarde. Eram três magos da Caldeia – os caldeus eram considerados um povo muito sábio, pois se dedicavam ao estudo dos astros e dos encantamentos. Havia rumores naquela época de que o Rei dos Judeus, o Cristo, logo chegaria ao mundo, e uma estrela anunciaria o seu nascimento.
    Desde então, os três magos decidiram viajar pelos desertos esperando por uma estrela que os guiassem. O primeiro mago, de origem ariana, era o mais velho de todos, e não conseguia imaginar como uma estrela cadente poderia guiá-los:
    - O astro irá nos guiar, você verá! – garantiu o segundo mago, de origem asiática.
    - Assim dizem os escritos. – lembrou o terceiro mago, de origem africana, o mais novo.
    - "Uma estrela procederá de Jacó e um cetro subirá de Israel.", é o que dizem as escrituras. – concordou o primeiro mago. – Precisamos, então, aguardar o momento. Assim que a próxima estrela cair, deveremos segui-la até alcançarmos o Rei.
    Como um milagre, um brilho se intensificou no céu. Era muito mais resplandecente que qualquer outro astro do céu. Os três, então, se apressaram. Subiram em seus camelos e iniciaram o cortejo ao astro.
    No caminho, o segundo e o terceiro mago decidiram trocar o que tinham por presentes para prestigiar a chegada do Rei, uma vez que o costume impedia que se chegasse a alguém de importância sem presentes a oferecer. O segundo mago comprou incenso, pois representaria a divindade do Rei, enquanto que o terceiro mago comprou mirra, que representaria a humanidade do Rei, enquanto nascido como um homem. O primeiro mago não se alegrou com nada que viu para presentear o Rei, então esperaria encontrar o presente certo.
    - Mas como me intrigam os movimentos deste astro! – comentou o primeiro mago.
    - Deveras. – assentiu o terceiro mago.
    - Por que este percurso tão defeituoso? – interpelou o segundo mago. – Uma estrela não tem movimentos tão absurdos!
    O objeto luminoso se movimentava em velocidade acima da esperada. Seus movimentos ora eram circulares, ora eram uniformes e retilíneos.
    - Precisamos estugar ou perderemos a estrela! – advertiu o primeiro mago.
    - Creio que já estamos em Belém. – presumiu o segundo mago.
    - Sim, estamos. – respondeu o terceiro mago. – Olhem!
    Os três magos observaram o corpo reluzente no céu. O objeto havia reduzido a sua velocidade e fazia uma curva descendente. Singelas faíscas caíam da estrela, enquanto ela rumava a Terra. E então o objeto sumiu.
    - Onde está? – questionou-se o segundo mago.
    - Ela caiu por trás daquele monte. – respondeu o primeiro mago. – Vamos, apressem-se!
    Assim, os peregrinos se apressaram com os seus respectivos animais em direção ao monte.
    Já se passavam dias desde o início da procissão, e finalmente os três magos encontraram o local em que a estrela caíra. Uma enorme cratera havia ali se formado, em meio aquela imensidão desértica.
    - O que tem ali? – O primeiro mago enxergou um pequeno brilho no centro do buraco formado pelo choque do objeto com a terra. – Venham!
    Quando se aproximaram da cratera, a luminosidade reduziu-se a um pequeno destroço. Não possuía uma forma reconhecível, era apenas um pedaço do que restara daquele objeto voador. Com certeza aquilo não era uma estrela.
    O primeiro mago logo teve a ideia de coletar aquele material feito de ouro para presentear o Rei que estava para nascer. Então, ele desceu à pequena cratera e tateou com precaução os destroços, escolhendo um pedaço nem tão grande, e nem tão pequeno.
    Os outros dois magos observavam atônitos aqueles restos. Certamente não eram os restos de um astro. Mas o que seriam?
    - Não descerão? – perguntou o primeiro mago, guardando o pedaço de ouro.
    - Não. Precisamos continuar a nossa busca pelo Rei. – lembrou o terceiro mago.
    De volta aos camelos, os três magos nem precisaram montar novamente nos animais. Ouviam o choro de uma criança vindo de um estábulo próximo dali. Deixaram os seus animais, pegaram os seus pertences e correram até o local.
    Ao entrar no estábulo, os três magos depararam-se com uma senhora segurando um bebê em seu colo, com um senhor ao seu lado. Então, prostraram-se diante do casal, admirando a criança e oferecendo-lhe os seus presentes. Após a entrega da mirra e do incenso, o primeiro mago decidiu entregar o seu presente:
    - Presenteio-te, criança, com este pedaço de ouro. – disse o primeiro mago, entregando a peça na mão da senhora. – Simboliza a tua realeza, a sabedoria que veio do Céu para a Terra.
    Os pais do menino assentiram em gratidão.
    Após contemplar o nascimento do Filho de Deus, os três magos levantaram-se, despediram-se e partiram, sumindo novamente na imensidão do deserto, carregando consigo o segredo daquele objeto que caíra do céu naquela noite.

sexta-feira, 27 de setembro de 2013

Vivemos por fé, e não pelo que vemos.


Fé. O que é a fé para você? É Deus? É religião? É crença? É sentimento?
É mais que isso. É mais que acreditar. É insistir, investir com tudo o que se possui, naquilo que se acredita.
É quando, mesmo as pessoas dizendo-lhe que é incerto, que não é certo, ou que seja certo, você continua acreditando - porque aquilo é o que te move.

A fé é o que te move, te faz perseguir os seus desejos, os seus anseios, os seus ideais. Ao mesmo tempo, a fé é o que te mantém firme, inabalável, nos momentos mais difíceis de sua vida. A fé é como uma âncora, que não vai deixar você se perder durante as tempestades, e vai dificultar um pouco quando você precisar seguir em frente - a menos que você conheça a sua fé.

A fé envolve Deus, pra quem acredita. A fé envolve Ciência, pra quem acredita. A fé envolve pessoas, pra quem acredita. A fé envolve sentimentos, pra quem acredita.

Para quem acredita, é tudo uma questão de Fé.

domingo, 25 de agosto de 2013

Então deixe brilhar!



Dias claros. Noites densas. Ele preferia os dias, porque as noites lhe davam incerteza sobre o dia seguinte. Aquela silente escuridão lhe causava agonia. Já os dias luzentes lhe proporcionavam esperança, uma vontade de seguir.

Mas de que adiantam dias sem noites? As noites ensinam tanto quanto os dias. A tormenta o preparava para possíveis tormentas que ainda viriam. Era necessário que ele trilhasse por aquele caminho, aquilo o engrandeceria.

E naquele dia ele acordara diferentemente dos dias anteriores. Enxergou o brilho do sol, deveras.
Sentiu a vontade de experimentar o que a vida tinha para ofertar. Sentiu a necessidade disto.
Não é possível ver histórias novas sem antes virar a página do livro. E ele, então, virou.
E viu um mundo de novas possibilidades.

quarta-feira, 21 de agosto de 2013

Calado

Há noites em que a pior coisa é ter que ir dormir, porque aquela cama não é a nossa cama. Há dias em que acordar é desesperador, porque você não está ali ao meu lado. Assistir um filme, um seriado, ouvir uma música, tudo isso me remete a você. Cada pequena coisa que eu faço me remete ao tempo em que eu as fazia ao seu lado. Não dá pra não pensar.

Todo mundo diz que com o passar dos dias tudo vai ficar bem. Mas não ficou. Parecem meses, anos longe de você e as coisas só pioraram. O tempo só me mostra a cada segundo o quanto eu amo você e o quanto eu não posso tê-lo. Todo mundo diz isso ou aquilo. Mas ninguém entende o que eu sinto, de verdade.

É uma dor que quase se confunde com uma dor física. É um eterno desejo, mesmo sabendo que não será cumprido. E ninguém entende isso. Ninguém pode entender, porque apenas eu sinto isso. É de apavorar pensar que que posso passar o resto da minha vida sem você para compartilhar cada pedacinho.

Não há um dia em que eu não pense no que eu poderia ter feito, em como eu poderia ter nutrido o seu amor para que ele não morresse. Mas sabe que, por vezes, penso que ele não morreu, mas se escondeu por alguma defesa. Só penso por dois caminhos. Ou que tudo nunca significou nada, realmente, e por isso acabou - pois não foi um sentimento verdadeiro -; ou que tudo realmente significou, mas ele se escondeu - por razões a quais não compreendo. Pra mim, são as duas verdades existentes.

E já não me serve nem mais escrever. Nem mesmo assim consigo me sentir mais tranquilo ou aliviado. O sentimento que tenho por você sempre transbordou aos montes, mas agora eu tenho que contê-lo, para o meu próprio bem. E também para o seu próprio bem - para a sua assimilação. Esta contenção é o que vem causando tudo isso. Sou grande, sou forte, mas não o bastante para conseguir impedir que esse sentimento tão majestoso transborde à sua maneira.

Eu amo você. E só consigo te amar, não importa o que tenha acontecido e nem o que você venha me confessar. É a lógica da minha emoção. É a lógica do amor. Eu amo tudo o que tenho, de verdade, mas também eu amo compartilhar tudo isso com você.

Eu amo amar você!

segunda-feira, 19 de agosto de 2013

O que eu queria?

Eu queria poder um dia acordar e ver que tudo não passa de um sonho ruim, um longo e um dos piores pesadelos. Eu queria poder ter a chance de resgatar algo que se perdeu sem deixar rastro algum. Eu queria poder parar de sentir essa dor, quase que física, que me atormenta dia e noite. Eu queria poder falar o que eu sinto. Mas eu só queria tudo isso, e não posso. Não posso porque, por algum motivo desconhecido, a vida quer que eu passe por cada uma destas experiências.


terça-feira, 30 de julho de 2013


E nada do que foi importa. Não mais.
As escolhas foram feitas, os destinos foram traçados.
Há possibilidade de mudanças? Certamente. Mas aí vai ser tudo de uma outra forma. Nada do que foi pode ser igual novamente. Nada. Vem uma nova concepção... Uma nova forma de passar pelas situações.
Deposite confiança máxima apenas em você, porque você já viu que depositá-la em outros não deu certo.

A dor acompanha. Ainda. E vai acompanhar por um bom tempo. Talvez, sempre reste uma pontinha de dor. Mas o sofrimento já é menor. Já não te derruba como no início de tudo.
Eu sei que você quer que as coisas sejam diferentes. É o que todo mundo quer. Mas não dá. A vida tem que seguir o seu curso. É a lei maior. É o que faz a vida ser vida. É o que faz-nos humanos.

Então, agora, mantenha esse foco. Continue da forma que está, porque é esse o caminho!
Aos poucos, talvez atinja uma maior compreensão de tudo. Talvez. Talvez não. Mas o que importa é que o caminho é exatamente esse.


domingo, 28 de julho de 2013

Uma jornada? Um passeio?


A jornada é longa. O fim parece inalcançável. Mas, acredite, não é.
Pelo pior você já passou. Ou não. Mas se você já aguentou as tempestades, o frio congelante, o calor abrasador, a fome, a sede, o que vem a seguir não atinge você. E se atingir, não fará danos tão grandes como os que você sofreu até então.

Por mais que existam pessoas ao seu redor, te apoiando, te fazendo seguir em frente, é uma jornada em que você deve conseguir terminá-la sozinho. É só você. Você e a sua fé. É um caminho de buscas e redescobertas de todos os sentimentos existentes em você. É uma jornada de autoconhecimento.

Mantenha-se firme como tem se mantido até aqui.
Não dá pra saber se o fim desta jornada está próximo ou não. Mas dá pra saber que até aqui você já alcançou muita coisa. Coisas que só você sabe o valor que têm pra você. E isso, por si só, já é uma batalha vencida. Continue. Persista. Lembre-se que esta jornada vai apenas lhe trazer bem, conhecimento, experiência.

Se encontrar algum nômade pelo caminho, ouça-o. E também compartilhe a sua experiência.
E é só isso. Um dia de cada vez. E você se aproxima cada vez mais do seu destino.

sábado, 27 de julho de 2013

Controle



E sempre há aquele momento em sua vida em que algo lhe acontece e as pessoas à sua volta tomam suas dores. Natural. Humano. Às vezes um sinal de amor, às vezes apenas um sinal de aproveitamento.
Mas lembre-se de que a vida é sua. As decisões a serem tomadas devem vir dos seus princípios, dos seus sentimentos. É fácil apontar, condenar, julgar e até mesmo "matar" com as palavras. Mas é você, apenas você, quem vai colher os frutos da semente plantada. Independente do nível de afinidade, é só você.

Não vale a pena escolher ou tomar uma atitude porque os outros dizem ser o certo.
Vale a pena tomar a decisão que você sente que precisa ser tomada. A vida é sua, o sentimento é seu, então o controle precisa estar apenas em suas mãos. Caso os frutos a serem colhidos sejam bons, muitos vão desejá-los, até cobiçá-los. Caso sejam frutos estragados, vão deixar que você os tenha sozinho.

Então pare. Reflita. Pegue as rédeas de sua vida.
E viva, porque você é o dono de sua vida, você sabe o que é o melhor pra você. Sim, você sabe.

sexta-feira, 26 de julho de 2013

Como viver a vida


Você está certo de que já tem experiência o bastante da vida, de que já passou por coisas que lhe ensinaram muito. Mas aí vem a vida e mostra que não, que você ainda tem muito o que aprender, que você pode crescer muito mais do que já cresceu.

A gente nasce, cresce, e morre - às vezes - aprendendo que as coisas precisam continuar até o fim. Mas aí, o nosso conceito de fim é muito egoísta. É o nosso fim. E pra vida, não funciona bem assim. A vida é feita de mudanças, o ser humano é um ser mutante. Mudamos a cada ano, a cada dia, a cada minuto. E isso faz parte de nossa essência. É natural que sintamos algo hoje, e amanhã não sintamos mais. É natural que queiramos fazer algo hoje, e daqui a uma semana já estejamos desinteressados. É natural, é da vida.

Egoísta que somos, pensamos que as pessoas não podem mudar. Que uma coisa tem que permanecer íntegra do início ao fim. Mas tudo tem um ciclo. Tudo. Tudo começa quando precisa, e acaba quando precisa, pra então um outro ciclo se iniciar - atendendo às necessidades daquele momento e espaço.

É difícil entender - e talvez nem consigamos um dia compreender - que as coisas precisam mudar. Mas depois da dor, do desconforto, da desestabilização, a gente percebe que aquilo foi bom, de certa forma. Aquilo nos ampliou horizontes, nos deu novas possibilidades. Nesses momentos, o que a gente precisa fazer é olhar pra dentro. É perceber a nossa alma, nossa essência. Precisamos nos reconhecer. E então, as coisas começam a ficar mais perceptíveis.

Viver é isso, é aceitar que tudo muda, tudo tem o seu tempo.
E como humanos, precisamos aprender a respeitar esse tempo. A entender que viver, é muito mais do que um verbo. Viver não tem significado, não dá pra estabelecer isso... Viver é viver.

domingo, 21 de julho de 2013

Renasceu das cinzas.


Pássaro ferido. Sem forças, sem vida.
Chegou ao pó, literalmente. Devastado, sem asas pra voar, sem vontade de continuar.
Quis sair de si. Quis desistir. Quis sumir. Agonizava, agora pequeno.
Mas sabia que aquele não era o seu lugar. O chão não era o seu lugar.
Buscou forças onde pensava não ter. Buscou apoio onde pensava não existir.
Foi difícil. Foi tempestuoso. Foi árdua, a batalha. Mas conseguiu reerguer-se.
Aos poucos. Aos poucos, reerguia-se, mas diferente.
Havia fogo em suas penas. Todo o sofrimento lhe causara uma combustão, mas a seu favor.
O fogo agora o abastecia. O fogo era a sua vida.
Antes ruína, agora paraíso.
Alçava voo, ali, a Fênix. Recomeçava ali uma nova vida.

quarta-feira, 17 de julho de 2013

Você.



Você nasce, você cresce. Você passa por todo um processo de amadurecimento físico e psicológico. Você adquire experiências. Você vive. Você sonha, você almeja. Você conhece. Você permite que conheçam quem você é. Você namora. Você abre a sua vida. Você se alegra. Você se emociona. Você faz planos. Você propõe. Você convive. Você discute. Você briga. Você pede desculpas. Você perdoa. Você se magoa. Você magoa. Você recomeça. Você muda. Você é mudado. Você decepciona. Você é decepcionado. Você chora Você causa o choro. Você se angustia. Você persiste. Você não desiste. Você, humano.

sexta-feira, 12 de julho de 2013

A sombra do futuro, a sobra do passado, assombram a paisagem.


Dor. Angústia. Arrependimento. Incerteza. Tudo começara com uma discussão, que foi elevada a grandes proporções, resultando em surpresas. Machucados. Ambos, ao fim, estavam machucados. Um mais que o outro, talvez. Mas estavam.
A partir de então, uma incerteza avassaladora assombrou o espaço. Decepção, amor... Uma mistura de sentimentos, que mal podia ser controlada. Confusão. Nada se encaixava, muito pelo contrário, tudo estava desordenado, em um frenesi.
O mundo pareceu escurecer. As paredes pareciam se comprimir a cada dia. Era só fechar os olhos, e as coisas ruins apareciam - pesadelos. A angústia crescia dia-a-dia. Ser? Não ser? Gostar? Não gostar? Não havia perdão que acalmasse aquela indagação. Auto-indagação.
Aquela viagem para o interior da alma já durava há semanas. Mas nenhum destino fora alcançado. Nenhum resultado, nenhuma visão, nenhuma conclusão. O que podia, tudo aquilo, significar? Desistência? Desinteresse? Descrença?
Não sabia. Não tinha ideia. E aquilo alimentava sua inquietação, sua angústia. O pranto já durava dias. Estava consternado. Os pesadelos pioravam - já nem queria mais adormecer.
E o que lhe havia sido pedido, fora apenas tempo. Mas o tempo, ali, era o seu inimigo. Seu arqui-inimigo.
Teria de aguentar a eternidade, até que lhe viesse uma resposta, uma decisão. Enquanto isso, só lhe restava ser forte.

sábado, 15 de junho de 2013

"Eu ponho fé é na fé da moçada!"


Jovens de hoje, adultos de amanhã. Quantas vezes já não ouvimos ou lemos frases similares à esta? Inúmeras, certamente. Mas quase nenhuma vez paramos para, de fato, refletir sobre o assunto. Ainda mais nestes dias, em que o jovem tem transmitido pouca esperança de um futuro bom - segundo os mais velhos.

Estes, de uma geração anterior, alegam que a juventude está perdida, que os jovens pouco se importam com o futuro da nação. Jovens que, quando cometem crimes ou ato infracionais, ou ainda mesmo aqueles que não tiveram acesso às oportunidades do mercado ou de estudo, são tratados como adultos em tais situações. Em contrapartida, quando essa juventude se manifesta, protestando e desejando mudar as injustiças acometidas pela sociedade e pelo governo contra a nação inteira, ela é considerada como imatura, pois "são muito novos ainda e precisam aprender muito o que é a vida".

É incoerente esse ponto de vista sobre a juventude do país. Falta um olhar especial a cada um desses jovens, faltam oportunidades de mostrarem o quanto podem ser bons! Eu, ainda no início de minha segunda década de vida, tenho total consciência de que minha experiência de vida é pouca quando comparada a de meus pais. Mas, também, tenho a certeza de que já contribuí muito para mostrar coisas novas à eles e às gerações mais velhas, e possuo conhecimento o suficiente para ser um indivíduo ativo na sociedade, e argumentar contra ou a favor das coisas que nos permeiam. Tenho com o que contribuir, mas preciso de espaço. Só me falta o espaço, a chance.

domingo, 9 de junho de 2013

Conjugando o verbo amar



Amor. Ciúmes. Dois sentimentos que são, definitivamente, diferentes.
Amar e sentir ciúmes é algo normal - mesmo com alguns estudos dizendo que se há ciúmes, não há amor. Sentir-se incomodado quando alguém flerta com sua pessoa amada não é nenhum pecado. O problema nasce quando, por ciúmes, você impede essa pessoa de fazer coisas que não exercem nenhum ato contra o relacionamento do casal.

Amar é entender que a pessoa está com você, não a toa, mas porque quer estar com você.
Não é necessário estabelecer regras em um relacionamento para impedir que ela conheça outras pessoas.
Ela está interessada em você!

Amar é conhecer tão bem essa outra pessoa, a ponto de não questioná-la sobre coisas as quais você já sabe as respostas. Você está perguntando somente para criar indagações.
Aliás, amar é olhar nos olhos da pessoa e saber as respostas para tais perguntas. É conhecimento.

Ame, e deixe viver.
Não a impeça de realizar suas atividades apenas porque você não estará presente.
Se o sentimento é verdadeiro, uma das coisas na qual ela estará pensando enquanto está longe, é em você.

Não se prenda a quem deixa o ciúmes ultrapassar o nível do amor.
Reforce dentro de você o quanto você é importante, se ama, e quer ser amado.

sexta-feira, 7 de junho de 2013

Um pouco mais de atenção


A badalada vida nos grandes centros urbanos não é pura alegria. A correria do dia-a-dia cria, talvez involuntariamente, um mundo dentro de outro. Os indivíduos se atravessam por inúmeras vezes ao dia, com um número incontável de pessoas diferentes. E, assombrosamente, mal se olham.

Lembro-me, com isso, das vezes que viajei para as cidades interioranas. Uma pessoa que você jamais viu te cumprimenta com um enérgico "bom dia". Ou quando você faz um favor para alguém, você ouve um honesto "muito obrigado". Ações, tais, acabam por deixar o seu dia mais compensador, completo.

É evidente que a preocupação com transportes coletivos, andanças, trabalho, estudos, e outras coisas que exigem a rapidez nas grandes cidades causa esse espaçamento entre as pessoas. Mas, também, esses indivíduos se acomodaram de tal forma que nem mesmo tentam mudar algumas atitudes. Imagine, só, como o seu dia seria melhor se você recebesse um "bom dia" ao subir no ônibus pela manhã. Ouvir um "por favor" quando lhe pedirem para preparar um documento no trabalho. Receber um "obrigado" quando der licença para alguém que queira desembarcar do trem. Daria um novo vigor para a batalha diária, não?

Mas para apreciar tais atos, é necessário que alguém os comece. E por que, não, você?
Ninguém, melhor do que você, sente na pele o quanto é complicado passar por tudo isso durante o dia. Todos os dias. Ninguém, melhor do que você, sabe o quanto é humilhante ser quase pisoteado dentro do transporte coletivo por conta de pessoas sem o mínimo de respeito ao próximo.
Então aja! Seja, você, a melhora que você quer ver nos outros.

quinta-feira, 6 de junho de 2013

Conto - Absorvida


Abriu os olhos. Estava escuro, mas era possível enxergar o LED vermelho do rádio-relógio marcando seis horas. Seis horas da manhã. Quis levantar-se, mas algo fazia sua cabeça pesar. Tentou mover as mãos. Nada. Tentou mover as pernas. Muito menos. Quis gritar. Nem um sou foi emitido. E, então, as lágrimas rolaram.
Inexplicavelmente, seu corpo estava imóvel, não conseguia mover um músculo, nem mesmo piscar os olhos. Os olhos ardiam, mas não conseguia fechar as pálpebras. A mulher não tinha controle algum sobre seu corpo. Quanto mais tentava se mover, mais lágrimas escorriam por seu rosto, o que por sorte deixava os olhos lubrificados.
Olhava para o rádio-relógio na parede, ansiosa, mas os minutos pareciam não passar. Chorou novamente. Por alguns instantes tudo escurecera novamente. Ela havia desmaiado. Sentiu uma dor, uma queimação, em seus olhos com um clarão que surgiu repentinamente. A luz do cômodo fora acesa, mas a jovem não conseguia proteger a visão. Uma mulher, mais velha, se aproximou, com uma feição assustada. Era a sua mãe. Tentou pedir ajuda, mas ainda estava inerte. Sua mãe lhe chamava pelo nome, mexia em seu corpo, mas provavelmente não percebera reação alguma.
A mãe da moça saiu do cômodo, então, por alguns minutos e retornou com um jovem homem. Ela tentou berrar ao ver quem era, o seu esposo. Mas foi outra tentativa inútil. O jovem, ao ver a situação, deitou-se sobre seu corpo e começou a se lastimar. Aquilo a deixou ainda mais tensa. Suas lágrimas já não escorriam mais, haviam secado. Sua mãe e seu esposo a tinham como morta, muito provavelmente, pensava. A sensação de invalidez imperava junto ao desespero.
Seu esposo saiu do quarto, e sua mãe começou a mexer no guarda-roupa. Em seguida, retirou toda a sua roupa. Por que aquilo? Então percebeu que a mãe segurava acessórios de banho, como bacias, buchas, sabonete e toalhas. Sentiu a água morna escorrer por seu corpo, ali na cama, encharcando tudo. Quando o banho foi terminado, foi pega no colo por sua própria mãe, uma mulher robusta, que a colocou no canto seco da cama. Começou a secá-la com uma toalha muito macia. Queria gritar para a mãe, pedir ajuda, mas não conseguia. Alguns minutos depois viu o seu esposo se aproximar com um homem e uma mulher vestidos de branco.
O homem de branco, por sua vez, segurou-lhe o pulso por trinta segundos, e então o largou, lamentando-se. Após isso, a moça de branco pediu aos homens que se retirassem, e junto à mãe abaixavam-lhe as calças. Sentiu que estavam inserindo alguma coisa em suas partes íntimas. Desesperada, não sabia mais o que fazer... Percebeu que estavam preparando-a para seu próprio funeral. Estava viva, porém imóvel, dando a entender que estava realmente morta. Para o seu azar, naquela cidade de interior onde sua mãe vivia, os médicos pouco se preocupavam em tentar diagnosticar doenças ou causas das mortes. Aquela viagem, que era para ser perfeita - já que não via sua mãe há anos - estava se tornando em seu pior pesadelo.
Quando foi novamente revirada, a enfermeira enfiou pedaços de algodão em sua boca, e depois em seu nariz, e orelha. Sentiu-se sufocada. O medo cresceu quando viu que a enfermeira, junto à mãe, vinha lhe fechar os olhos. Ali, percebeu que era o fim. Estava morta para todos, e mal conseguia protestar. Morreria por acharem que já estava morta há muito tempo. Ironia. Sentiu as mãos de sua mãe e da enfermeira e enrolarem numa espécie de cobertor. Então lembrou-se de que o costume, no interior do nordeste, era enterrar os mortos não em caixões, mas em redes de descanso. Sentiu ser transportada para outro lugar, mas desmaiou novamente.
Após algumas horas, acordou. E conseguiu abrir os olhos, finalmente. Mas já era tarde. Ela sentia seu corpo ser esmagado, provavelmente já estava debaixo da terra. Tentou mexer os braços, mas o peso era muito. Arranjou forças de onde não tinha e conseguiu se desembrulhar daquele pano, agora não era mais prisioneira do próprio corpo, mas da terra. Puxava, desesperadamente, a terra para baixo, tentando subir naquela escuridão. Lembrou-se dos pedaços de algodão, e os removeu de suas narinas e de sua boca com selvageria, arranhando o próprio rosto. Tentou puxar a terra. Mas a terra entrava por sua boca e seu nariz, sufocando-a cada vez mais. Aos poucos, perdia a sua força. Percebeu que não conseguiria sair dali, e chorou. A última coisa que sentiu, antes de sucumbir à morte, foi o ar gélido passando pelas pontas de seus dedos, que alcançaram a superfície.

domingo, 2 de junho de 2013

Tudo o que se quer


Pouco é sabido, mas a Parada Gay somente se originou por conta de uma batida policial em um bar - o Stonewall - frequentado por homossexuais, em Nova Iorque, no ano de 1969. Em 28 de junho, daquele ano, dois mil manifestantes foram às ruas pelas pessoas que foram presas e espancadas naquele bar.
E foi esse dia que marcou, então, o início pela luta LGBT em prol da liberdade de expressão e igualdade de direitos deste grupo da população.

E, assim, os homossexuais vêm conseguindo conquistas seus direitos durante essas décadas.
A homossexualidade já não é mais considerada como uma doença, e muitos países ao redor do mundo já conseguiram liberar o casamento homossexual.

Um dos gatilhos principais para essas conquistas foram as Paradas de Orgulho Gay, onde os manifestantes demonstram o orgulho, e não a vergonha, de ser quem são. Orgulham-se de suas identidades. E nada mais louvável do que isso! O Brasil é o país que sedia uma das maiores Paradas Gays do mundo.
Mas o seu real propósito tem se perdido ao longo dos anos. Muito do que se vê é parecido com uma Micareta Gay - pessoas fazendo sexo na avenida, muita balburdia... Poucos os que ainda lutam pelo verdadeiro sentido das Paradas, que é a luta pela liberdade de expressão, pela igualdade, pelo término do preconceito.

Se o alcance de pessoas é tão grande durante a Parada Gay, tem que se aproveitar para mostrar o que se quer: RESPEITO!


terça-feira, 14 de maio de 2013

A saúde é direito de todos e dever do Estado (?)


Dentre 126 países do mundo todo, o Brasil ficou com o nível de 108% em satisfação  com seu sistema de saúde, segundo Relatório de Desenvolvimento Humano de 2013.

Hoje, um brasileiro faltou ao serviço por uma torção no pé, e foi ao médico para que a situação fosse analisada. Chegando na unidade de assistência médica, o cidadão pegou sua senha e aguardou ser chamado para fazer sua ficha. Trinta minutos se passaram até que fosse chamado e fizesse a sua ficha. Depois de mais trinta minutos, fora chamado na sala de triagem, para especificar o seu problema - junto a outros pacientes, sem a menor discrição - e, então, ter classificado o seu nível de prioridade no atendimento.

Nessa uma hora de espera, o cidadão sequer consegui um lugar para se sentar, de tão cheio que estava o local, e de tantas pessoas que, com certeza, estavam sofrendo mais que ele. Três horas após ter dado entrada naquela unidade de assistência médica foi, finalmente, chamado pelo médico. Ao entrar no consultório, o médico não o deixou nem mesmo fechar a porta, de modo que não demorasse no atendimento. O médico não examinou o seu pé, não tocou. Apenas alegou que estava um pouco inchado - o que parecia não ser surpresa ao cidadão - e receitou alguns medicamentos. O cidadão perdeu o dia de emprego por não conseguir andar confortavelmente, perdeu horas em pé aguardando o que viria a ser um péssimo atendimento.

Brasil, um país que investe em tantas bolsas de auxílio, em tantos projetos para o futebol, o carnaval. Mas como o brasileiro vai aproveitar cada coisa que seu país lhe 'oferece' sem ao menos ter uma boa saúde?
É porque o que o Brasil faz, não faz pela sua nação, mas sim para ter um bom status perante os países afora.

O setor de saúde no país sofre um grande descaso, e não é de hoje.
Para ser atendido, o cidadão precisa estar à beira da morte, ou prestes a dar a luz.
Falta amor ao cuidar, falta investimento econômico e pessoal na área.
É a triste realidade do Brasil.

domingo, 12 de maio de 2013

Amor de Mãe



Pedro tinha se levantado há pouco mais de dez minutos. Seus pais ainda dormiam naquela manhã de domingo. Ao menos era o que o garoto acreditava.
- O que está fazendo acordado a essa hora, rapazinho? - o pai do menino entrou na cozinha.
- Pai! - Pedro pareceu nervoso. - Você já acordou?
- Vim apenas buscar um copo de água. - respondeu o pai, percebendo a tensão no garoto. - Você também, não é?
Pedro pensou por um instante. E então ele entendeu que o pai estava lhe ajudando.
- Sim, pai. Estava com sede, já vou voltar para o meu quarto. - disse o menino, sorridente.
O pai de Pedro sorriu, também, e saiu do cômodo. Assim, o menino voltou ao que preparava antes de ser interrompido. Era uma surpresa para sua mãe.
Pouco tempo depois, Pedro embrulhou tudo em um papel amassado que encontrara debaixo de sua cama e amarrou com uma fita vermelha. Ansioso, correu para o quarto dos pais e bateu na porta.
- Entre! - respondia o pai, com a voz abafada, de dentro do quarto.
- Oi pai, oi mãe... - Pedro entrava com as mãos escondidas atrás das costas. - Bom dia!
- Bom dia, meu querido. - respondeu a mãe. - O que está fazendo acordar a uma hora dessas? Aproveite o domingo, vai dormir um pouco mais!
- Estou aproveitando... - respondeu Pedro, com a felicidade estampada no rosto.
- Está? - questionou o pai. - Como?
- Mãe, eu te amo! - declarou-se, de imediato.
- Oh! Meu querido, também amo você! - respondeu a mãe, puxando o menino e beijando-o na testa. - O que é isso aí atrás?
O menino ficou estático. Não sabia se entregava ou não a surpresa para a mãe. Olhou sorrateiro para o pai, que o incentivou com um sorriso cordial.
- É um presente, de dia das mães! - revelou Pedro, entregando o embrulho.
Emocionada, a mãe do menino abriu o presente como uma criança, quase que rasgando o papel.
Ao ver o que se encontrava dentro do presente, ficou calada por um momento, como que em reflexão.
- O que é isso, meu filho? - indagou a mãe.
- Mãe, eu usei uma daquelas forminhas de bolo em formato de coração... Fiz um novo coração pra você. Quando o seu estiver fraco, quero que você troque por este para você viver por mais tempo do meu lado. - explicou Pedro, de modo sério.
Naquele momento, a mãe do menino o abraçou fortemente, e chorou.
- Meu filho, muito obrigada pelo seu presente! - agradeceu a mãe. - Mas saiba que eu já estou, também, dentro do seu coração... E se esse não funcionar, vou morar aí dentro, com você.
O menino abriu um sorriso que amolecia o sentimento de qualquer um.
- Feliz dia das mães, mãe! - disse o garoto, subindo na cama junto aos pais.


Às mães, um feliz dia!

quarta-feira, 8 de maio de 2013

Inspire



Incrível como, para tudo, existe algo inspirador.
Você escreve ótimos textos, mas algo, alguém, te inspira.
Se acontece algo em sua vida, isso também te inspira para a maneira como você vai escrever.

Mas e quando parecer que não existem mais inspirações?
Inspire-se em você. Sua mente abriga coisas das quais você, sequer, imagina.
Organize esses sentimentos, essas ideias. E espere que elas venham.
Caso não venham, mergulhe em sua própria mente e busque-as.
Vai se surpreender com tamanho mundo inexplorado.

Exerça o poder que você tem. Pense. Crie. Compartilhe.

sábado, 4 de maio de 2013

Sou errado. Sou errante.



Mente esgotada. Corpo exausto. Espírito abalado. Suas forças estavam exauridas. Não entendia o pretexto para frequentes discussões, sempre ocasionadas por motivos tão levianos. Suas lágrimas tentavam escorrer, mas seu orgulho, seu medo, as impediam.
Seu coração, apertado, doía. Sua alma ansiava por mudanças. Raiva, indignação, desespero... No meio daquele turbilhão de sentimentos ele mal conseguia distinguir cada um. O mais nítido, aparentemente, era a decepção. Estava profundamente decepcionado consigo e com o mundo. Na mesma proporção em que a vida lhe trouxera bons frutos, estava também lhe mostrando os seus vermes.
Apesar das pessoas à sua volta, estava mergulhado no mais profundo abismo, sozinho e apavorado. Sentia a incerteza tomar conta de si enquanto a dor somente evoluía. Quis gritar, mas algo aprisionava a sua voz. E o choro não veio, ainda não. Olhava ao redor, enxergava a grama, mas não via a esperança. Estava com medo de todos aqueles sentimentos, era como se tudo que conseguira alcançar escoasse por entre seus dedos.
Talvez a solução estivesse nisso. Nunca pensara, verdadeiramente, que um dos motivos de sua existência não era 'ter', e sim completar as pessoas. Sua cabeça doía, parecia que estava a ser comprimida. O medo ainda lhe assombrava. Em sussurros, desejava a mudança, mas não entendia como poderia mudar ainda mais. Se deu conta de que, em toda a sua vida, mudou para os outros deixando de lado a sua própria essência - perdendo-na. Mais uma vez, o medo regressou.
Por um breve segundo pensou em desistir de tudo. Mas, por fim, conseguiu se recordar de seu maior valor: o amor - amava as pessoas de modo ímpar. Afastou, então, aquele pensamento. Sua existência se baseava no propósito de amar as pessoas - mesmo aquelas com seus crimes ou segredos obscuros - e mostrar o quanto elas são importantes umas para as outras. Não mudaria, não novamente. Mas tentaria se adaptar às dificuldades da vida e mostrar a sua verdadeira alma. Iria mostrar quão humano era, e digno de cometer erros, seja os quais fossem, tal como qualquer outro humano. Mostraria que um erro não é maior, ou menor, que o erro do outro, mas que todos são erros - seja por quem for cometido.
Respirou. Refletiu. E agradeceu ao Universo por existir, por ser humano!

Conto - Alvura renunciada



Solitário, o pequeno menino brincava na soleira da porta de sua casa. Na verdade, estava acompanhado por uma boneca, de olhos profundos, um ventríloquo. A feição do ventríloquo era melancólica, sofrida. Já o menino tinha uma aparência amarga, carregava um semblante sério, pesado, mesmo durante a brincadeira.
A casa era afastada de todas as outras da rua. Ninguém sabia, mas o menino vivia sozinho, não tinha irmãos, pais, tampouco amigos. Assim, exteriorizava toda a solidão de sua alma naquele lúgubre olhar. Sua única companhia, sua única amiga verdadeira, que jamais o abandonara, era aquela boneca.
E os vidros da porta refletiam um segredo obscuro. O interior da casa encobria uma desgraça. Aquele solitário menino era prisioneiro de sua própria perversidade. O abandono lhe tornara um facínora, angustiador, uma criança tenebrosa.
Mas não havia salvação, segundo seus demônios interiores. E apenas aquela boneca conseguia compreender a sua alma, seus anseios, ninguém mais. Nenhuma daquelas crianças que foram até ele puderam entendê-lo e, portanto, ele as resgatou.

Eu, quem?



Nosso cérebro é como uma máquina, organizada por um complexo mecanismo de engrenagens, que dependem umas das outras para o perfeito funcionamento. Dependendo do seu estado, da situação, ou dos momentos de desconstruções e reconstruções, essas engrenagens se encontram em atrito, causando um desgaste. Caso esse atrito não seja reparado, a máquina se quebra.

Chega um momento, em sua vida, que você vê a necessidade de desconstruir certos valores – que até então você julgava, e tinha a certeza, que sempre foram seus – para, então, buscar os seus valores, os verdadeiros – que, por alguma razão ou circunstância imposta pela vida, você os deixou se camuflar.
            Tal processo, evidentemente, não é rápido e tampouco fácil. É um trabalho árduo, doloroso logo de início, que vai exigir a utilização de muita força e muita vontade. Vontade de poder mostrar ao mundo o que você é, deveras.

Mas tal feito se faz necessário, e muito! Caso contrário, chegará um dia em que as engrenagens deste mecanismo se desgastarão, fazendo com que as outras também se desgastem e todo o mecanismo entre em colapso. Fora que seus reais e importantes objetivos dificilmente serão alcançados com engrenagens soltas ou desgastadas.
Entro, assim, num longo processo de autoanálise, indagações mas, principalmente, de descobertas. Por que eu existo? Quais são os meus valores? O que me importa? O que é a vida?

Espero, ao fim de tudo isso, estar em um aprendizado contínuo e crescendo – como indivíduo e sociedade – a cada dia.

quarta-feira, 1 de maio de 2013

Conto - Obsessão



Abri os olhos. O rádio-relógio marcava três horas. Já faziam cinco horas desde que eu havia deitado para dormir, e não parecia. Joguei as cobertas para o lado direito da cama, acendi a luminária do criado mudo e me levantei, calçando as sandálias.
Um leve sabor metálico afetava o meu paladar, mas quando levei minha mão à boca percebi. Era sangue. Durante o sono eu devia ter mordido os lábios e provocado a ferida. Abri a porta do banheiro e, em seguida, enxaguei a boca e escovei os dentes para repelir o gosto desagradável.
Enquanto descia as escadas, rumo à cozinha, ouvi um estalo. O barulho vinha da sala, mas quando entrei no cômodo não consegui detectar o que pudera causar o som. Conferi o sistema de alarme, e estava tudo certo, mas quando olhei para a janela, em direção ao quintal, avistei um vulto correndo por entre os arbustos. Senti os pelos da nuca se ouriçarem.
Melindrosamente, corri até a cozinha e procurei por uma faca ou outro objeto pontiagudo, e encontrei um facão. Armado, retornei à porta de entrada e abri-a cuidadosamente. A escuridão que tomava o quintal me assombrava igualmente. Empurrado pela tensão vaguei pelo quintal como quem está perdido, sem saber como agir. Atentei-me que eu deveria ter, unicamente, buscado o telefone e discado o número da emergência.
Tive a sensação de estar sob a mira de algum intruso, mas não conseguia enxergar nada além da escuridão. A noite, sem luar, coadjuvava para favorecer aquele ambiente de horror. Empunhei o facão. Senti meu corpo vacilar, e então tudo escureceu.
Naquele negrume, eu apenas ouvia murmúrios. Meu nome era invocado frequentemente, e pareciam utilizar alguns termos médicos. Ouvi algo sobre pânico, ansiedade... Eu relutava, mas eles insistiam em me fazer abrir os olhos, e eu não queria acreditar que nada daquilo era real.
No início daquela noite eu sentira o coração apertado, palpitante, ouvi barulhos que vinham da minha própria casa, e cheguei a ver - ou pensei ter visto - alguém no quintal. Mais uma vez, insistiram para que eu abrisse os olhos, então concordei que eu precisava de auxílio. Quando abri os olhos, eu enxerguei. Os homens de branco é quem cuidavam de mim.

terça-feira, 30 de abril de 2013

Aos Mestres, com carinho!


Uma revolução, e uma evolução, na nação só ocorre se esta for bem estruturada, tendo recebido uma boa educação. E como principal agente, temos os professores.

Mas e quando a própria nação não dá o devido valor nem o respeito à esses profissionais? Ser um professor, hoje, no Brasil não é só um ato de amor, mas de valentia. É sabido que, seja em escolas públicas ou particulares, além de muitas vezes não ter a mínima condição para dar a aula, a remuneração é baixa - e às vezes, ainda, atrasada.
Professores, diariamente, são agredidos - verbal e fisicamente - por alunos e, pior ainda, por pais destes alunos. Em nossa sociedade o professor é visto apenas como um subordinado. Em escolas públicas o professor deve seguir o sistema, e acaba não tendo o direito de reprovar ou aprovar o aluno - porque o próprio sistema é que define isso. Nas escolas particulares a visão não é muito diferente: os diretores e coordenadores se veem obrigados a contestar o método de aprovação ou reprovação do professor para com os seus alunos, uma vez que os pais é quem 'mantêm' a instituição, ou popularmente, "pagam o salário do professor".

A Lei não dá direito nenhum ao professor, somente ao aluno. Caso o professor decida por retirar o aluno da sala por comportamento indevido, o primeiro é acusado de constrangimento. É claro que existem diretores, pais e alunos que respeitam os professores. Mas são poucos. A parcela de pessoas que defendem os professores é lastimável - se contrasta em absoluto com aqueles que afrontam e desrespeitam.

A educação é o primeiro passo para mudar todo um país. Seja no sentido social, ambiental, do mercado, da saúde, da tecnologia, mas principalmente do panorama político.
Os líderes do nosso governo não se preocupam com essa questão justamente porque não convém. 


Não convém investir em uma área onde os verdadeiros Mestres da nação irão conduzir o povo às mudanças para o país.

Nossos Mestres precisam de apoio, incentivo, valorização! Um país sem educação é um país onde governa, somente, a ignorância!

sábado, 27 de abril de 2013

Conto - O Jovem Peregrino


Dia de luz, o sol a raiar, nuvens a pairar no azul celeste.
A vastidão do mar refletia o encolhimento daquele barquinho. O garoto, escoteiro da embarcação, observava o horizonte. O pequeno peregrino ainda não conseguia compreender qual o propósito daquela viagem, contudo sustentava a confiança. Acreditava que sua jornada não seria em vão, e encontraria respostas para seus anseios.
Impelido por sua fé, o garoto abandonara toda a sua família, seus poucos companheiros, para embarcar em uma busca por respostas. Respostas que não pôde encontrar em seu próprio lar. Esgueirou-se em sua saída inesperada, deixando apenas uma mensagem manifestando a sua vontade em resgatas o seu povo.
Algum tempo depois, o pequeno avistou um notável bocado de terra. Sentiu medo, aflição, insegurança. E então evocou suas ideias afastando, assim, toda aquela negatividade. Ao aportar o barco, o jovem pegou sua sacola com alimentos e pisou na terra desconhecida. Examinando o local, procurava algo pelo qual iniciar sua busca, mas não encontrou nada à primeira vista. Esgotado por sua longa peregrinação e sua contínua exposição ao calor, o garoto se esvaeceu, caindo bem ali.
Quando despertou, o peregrino percebeu um grande número de pessoas ao seu redor, e até reconheceu algumas. Com a ajuda de um homem robusto, foi colocado em pé, diante de todos. Mirou os olhos em toda a paisagem ao seu redor e a reconheceu, ainda que estivesse muito alterada.
O jovem fora devolvido, pelo vento e o mar, de volta ao seu lar. O povoado estava diferente. Com o sumiço do garoto o povo se unira para tentar reencontrá-lo, juntaram esforços. O peregrino encontrou sua família que, emocionada, o acolheu. A viagem em busca de ajudar o seu povo, afinal, resultara em um triunfo  O povo, que antes era individualista, egoísta, agora havia se juntado, formando uma verdadeira nação, unido de fato.
O jovem peregrino voltou à costa e fitou a linha que delimitava o céu do mar. O seu desejo fora realizado, a sua valentia resultara em bons frutos, sua missão fora cumprida.

O Medo da Evolução


Para uma grande parcela de cientistas, biólogos, mestres e doutores, foi a evolução que moveu esforços para que toda a vida na Terra chegasse aonde chegamos. Cientificamente falando, as evidências são fortes.
Mas muitos não creem nessa teoria. E não entremos nesse ou em outros méritos.
Para a Teoria Evolucionista, o homem é o resultado de um lento processo de alterações - o que chamamos também de mudanças. Nos originamos em uma forma muito simples, e nos modificamos com o passar do tempo, nos adequando ao ambiente, que também muda.

Uma coisa é certa: nosso futuro é incerto.
Evoluímos, sim, a cada dia - ou pelo menos parecemos evoluir.
Tentemos, então, aceitar a evolução... Vamos deixar o melhor chegar para cada um!

quinta-feira, 25 de abril de 2013

Conto - O Palhaço em Contradição


A noite já estava acabando e as pessoas se dispersavam.
As luzes das tendas se apagavam gradativamente. Do pipoqueiro só restava ali o carrinho, dos vendedores de balões apenas os cilindros sem ar, a máquina de algodão doce estava estacionada próximo à roda-gigante.
Nada de sorrisos, nada de brincadeiras, nada de sentimentos. Restava ali, apenas, a lembrança do que aquela noite significara na vida de todos aqueles que tinham ido ao parque.
Uma luz, vinda da janela de um dos trailers, projetava a silhueta de um ser vestindo chapéu, e narigudo. Era um dos palhaços. Aproximei-me, silenciosamente, e me curvei sobre a janela. O que vi não era mais um palhaço, mas sim um homem que fitava um retrato na parede, onde abraçava uma bela senhora e um menino risonho.
O palhaço, que provocara o riso e a alegria a outrem mais cedo, agora se encontrava lúgubre, sem perspectivas. A única razão que o homem encontrava para viver era promover a felicidade a quem ainda podia desfrutar para, então, negligenciar o seu flagelo.

Contextualizando



Você já parou um pouco, hoje, para pensar? Pensar nas coisas que você disse, ou nas coisas que você ouviu e como você as outras pessoas se interpretaram?

Falar algo com determinado propósito e ser compreendido, ou melhor, interpretado de forma contrária é o que mais acontece por aí. As pessoas falam muito, se comunicam muito, e o assunto muda rapidamente, assim como as emoções transmitidas e sentidas na conversa.
Isso mostra o quão importante é contextualizar as coisas. Algo que ouvimos ou dizemos deve ser colocado no contexto em que foi comunicado, no momento. Se comunicamos algo em momento de descontração aquilo deve ser interpretado como um gracejo. Se comunicado em algum momento de seriedade, deve ser interpretado como algo útil, importante.

Não é possível mensurar os danos que uma interpretação precipitada pode acarretar. Elevar algo que foi comunicado com o simples propósito de distrair, entreter, para um alto nível de seriedade traz sérias consequências, tanto ao locutor (quem disse) como para o interlocutor (para quem foi dito).

Ao interpretar, contextualize.

terça-feira, 23 de abril de 2013

Depende de mim, depende de você!


Se transformando a cada dia, o ser humano se apresenta como um ser mutável.
Tais mudanças, positivas ou negativas, são ocasionadas por vontade do próprio homem ou por necessidade para adequação ao meio em que vivemos.
E é bom mudar. É formidável! Você cresce, aprende, e até se torna respeitável.

Mas é essencial que tenhamos a consciência de que nós mesmos é quem temos de tomar a atitude.
Para alcançarmos as nossas metas, só dependemos de uma coisa: vontade verdadeira.
Por mais que existam alguns momentos em que precisamos recorrer a ajuda, somos nós quem impomos as barreiras que nos desviam de nosso objetivo principal.

Apenas o incentivo vindo de dentro de nós mesmos é que pode nos fazer, de fato, atingir nosso sonho maior.

Depende de nós. Somente de nós.


Ler no Dia do Livro?


Uma criança que, desde cedo, tem o interesse pela literatura despertado só tem a ganhar: ela aprende melhor, se comunica muito melhor e desenvolve uma melhor pronúncia das palavras.

E a leitura não se faz necessária, importante, apenas para as crianças. Ler é uma ação incrível que nos permite conhecer novos mundos e ideias. Lendo, desenvolvemos intimidade com a escrita, alcançamos informações que podemos torná-las úteis às outras pessoas, passamos a entender o mundo e nós mesmos, ampliamos o nosso vocabulário. Sem contar o quanto estimulamos a nossa criatividade, criando pessoas, lugares, histórias, enfim... Um mundo inteiro!

Adquira o hábito da leitura. Crie senso crítico. Desenvolva sua criatividade, o seu pensamento, o seu intelecto.

Explora-te!


Há mais em você do que em qualquer outro lugar que você possa buscar.
Se quer conhecer a ti, procure em ti. Nossa mente é como um iceberg, onde conhecemos apenas a ponta e todo o resto está escondido. Nosso cérebro é como um grande continente inexplorado, onde apenas nós mesmos podemos conseguir - com sorte - desbravar seus mistérios.

Pra começar, basta querer!
Explora-te e descubra.

domingo, 21 de abril de 2013

O ungido de Deus


Eleito em 2011 como Deputado Federal, Marco Antonio Feliciano, empresário e também Pastor Evangélico da Assembleia de Deus Catedral do Avivamento esteve envolvido em muitas polêmicas relacionadas com a sua posição religiosa dentro da política. Desde o início de 2013, quando foi eleito como Presidente da Comissão de Direitos Humanos e Minorias, as críticas e protestos por conta de suas declarações aumentaram consideravelmente.

O modo como Feliciano interpreta a Bíblia, a escritura sagrada de sua religião, é o motivo pelo qual o torna alvo de toda essa discussão. Tal atitude do Deputado Federal demonstra um certo equívoco de sua parte, uma vez que os textos da Bíblia produzem diferentes significados dependendo do contexto em que é inserido.
A interpretação se baseia na descoberta do significado e do sentido de algo - geralmente ocasionado por ação humana. Um texto pode, por si só, conter inúmeros significados de acordo com o contexto em que é inserido. A Bíblia, por exemplo, é um livro milenar que carrega consigo sentidos diversos, e em cada povo que a segue, segue de maneira diferente.

Enquanto Presidente da CDHM, Feliciano deveria lutar, estudar e projetar novas propostas contra a ameaça ou violação de direitos humanos, sem deixar a sua religiosidade interferir tão seriamente da formo como vem interferindo, lutando apenas pelos princípios de sua religião.
Vivemos em um país mestiço, multicultural e laico. Precisamos, então, começar a pensar como tal.
Não é o fato de discordar com Marco Feliciano que irá levar o religioso ao descontentamento de seu Deus.
Estamos falando dos direitos de pessoas que, como esses religiosos, têm uma família, trabalham, estudam, e têm sentimentos.
Criticar as declarações públicas do Deputado Feliciano tornou-se algo ofensor, para a visão dos religiosos. Mas vocês esquecem de quantas declarações a figura faz menosprezando as opiniões daqueles que não o seguem.
Marco Feliciano é como qualquer outro homem do país. Sua diferença é a de que ele está no Poder e sabe que a sua palavra exerce mais poder. O Deputado não tem o direito de tirar os direitos de outrem.

E deixar Feliciano, e todos os outros políticos que agem igualmente, no Poder é o mesmo que estar nos sentenciando, pois chegará uma hora em que ninguém vai ter direito a mais nada.
O que é correto, então? Questionarmos ou acatarmos?

sábado, 20 de abril de 2013

Um vazio na imensidão


Pequeninos.
É o que nós, terráqueos, somos. Em meio a uma imensidão, até então, sem fim.
Chega a assustar pensar nisso, não é? Pensar que podemos, ou não, estar sozinhos em um lugar tão grande!
Justamente por isso a humanidade deveria ser mais humana, ou seja, preocupar-se com os seus irmãos. Mas acontece o contrário, por toda a história o ser humano jamais conseguiu conviver em harmonia entre si... Guerras, lutas, desigualdades, soberania, e pouco amor.

Sozinhos, sabe-se até quando, somos um povo vazio, que cultua o poder, a inteligência, o dinheiro, a solidão, o egoísmo, e muito pouco amor.
Vamos esperar que o ser humano desbrave o Universo para descobrirmos o por que de amar?

Não... Vamos começar já!

Penalize o seu pensamento


Nos encontramos, hoje, em uma grande discussão sobre reduzir ou não a maioridade penal. E onde ficamos, nisso?

Essa discussão tem que ir muito mais além do que o simples olhar de punição.
Sabemos que o sistema carcerário brasileiro vive um estado de total descrédito, já que as chances de reabilitação são quase nulas. Enquanto que, em contrapartida, temos um momento de violência acentuada.
Mas acredito que o povo queira essa redução somente para reduzir a sensação de impunidade. O argumento que sempre sai da boca do povo é o seguinte "Se ele tem idade para votar, tem idade para ir preso!". Uma visão simplista, pois a maioria não pensa que para dirigir, por exemplo, é necessário completar os 18 anos de idade.

Além do que, esses adolescentes já são penalizados de acordo com a Lei. De acordo com seus atos, serão colocados em centros de internação específica para o seu ato, cumprindo uma medida socioeducativa. A punição não assusta o jovem. Se reduzirmos a maioridade penal para 16, teremos adolescentes de 14 anos cometendo tais atos; se reduzirmos para 14, teremos crianças de 12 anos, e assim será.

Falta clareza para entender que somos nós, a sociedade, que ajudamos a formar esses indivíduos.
Estamos lutando para a redução da maioridade penal, para que sejam punidos, mas esquecemos de quando andamos nas ruas o que mais vemos são crianças e adolescentes pedindo esmolas, usando drogas, totalmente desestruturados. Então, somente, apontamos, criticamos, julgamos e condenamos.
Esquecemos de que são humanos, e não o tratamos como tais.

O contexto em que nascemos e crescemos nos condicionou de que para conseguirmos dinheiro precisamos estudar muito, trabalhar muito para ganhá-lo. Para conseguirmos trazer alimento para dentro de casa, precisamos pagar por esse alimento. Tivemos exemplos de que a criminalidade não é o certo.
O contexto em que muitos desses jovens nasceram os condicionou de uma forma que eles entendessem a criminalidade como uma verdade única. Para conseguirem dinheiro, teriam de roubar de quem trabalha. Para conseguir alimento, teriam de roubar dos mercados. Para conseguir um bom status entre os seus, teriam de roubar e, se necessário, até matar! Os exemplos desses jovens foi de que a criminalidade é o caminho correto.

Por isso, não podemos nos deter apenas à nossa visão e ao que a mídia nos impõe.
Precisamos ser humanos e enxergar o outro como tal, ainda mais quando diz respeito ao que vai determinar sua vida.
Juntos, precisamos repensar em tudo isso e encontrar formas alternativas de solucionar o problema da violência. O que os políticos querem é encontrar medidas paliativas apenas para mostrar trabalho, já que estamos próximos das eleições.
Portanto, vamos nos questionar o seguinte: quais motivos levam os jovens a cometer tais atos? Como, então, podemos mudar esse cenário?