A noite já estava acabando e as pessoas se dispersavam.
As luzes das tendas se apagavam gradativamente. Do pipoqueiro só restava ali o carrinho, dos vendedores de balões apenas os cilindros sem ar, a máquina de algodão doce estava estacionada próximo à roda-gigante.
Nada de sorrisos, nada de brincadeiras, nada de sentimentos. Restava ali, apenas, a lembrança do que aquela noite significara na vida de todos aqueles que tinham ido ao parque.
Uma luz, vinda da janela de um dos trailers, projetava a silhueta de um ser vestindo chapéu, e narigudo. Era um dos palhaços. Aproximei-me, silenciosamente, e me curvei sobre a janela. O que vi não era mais um palhaço, mas sim um homem que fitava um retrato na parede, onde abraçava uma bela senhora e um menino risonho.
O palhaço, que provocara o riso e a alegria a outrem mais cedo, agora se encontrava lúgubre, sem perspectivas. A única razão que o homem encontrava para viver era promover a felicidade a quem ainda podia desfrutar para, então, negligenciar o seu flagelo.
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