domingo, 21 de abril de 2013

O ungido de Deus


Eleito em 2011 como Deputado Federal, Marco Antonio Feliciano, empresário e também Pastor Evangélico da Assembleia de Deus Catedral do Avivamento esteve envolvido em muitas polêmicas relacionadas com a sua posição religiosa dentro da política. Desde o início de 2013, quando foi eleito como Presidente da Comissão de Direitos Humanos e Minorias, as críticas e protestos por conta de suas declarações aumentaram consideravelmente.

O modo como Feliciano interpreta a Bíblia, a escritura sagrada de sua religião, é o motivo pelo qual o torna alvo de toda essa discussão. Tal atitude do Deputado Federal demonstra um certo equívoco de sua parte, uma vez que os textos da Bíblia produzem diferentes significados dependendo do contexto em que é inserido.
A interpretação se baseia na descoberta do significado e do sentido de algo - geralmente ocasionado por ação humana. Um texto pode, por si só, conter inúmeros significados de acordo com o contexto em que é inserido. A Bíblia, por exemplo, é um livro milenar que carrega consigo sentidos diversos, e em cada povo que a segue, segue de maneira diferente.

Enquanto Presidente da CDHM, Feliciano deveria lutar, estudar e projetar novas propostas contra a ameaça ou violação de direitos humanos, sem deixar a sua religiosidade interferir tão seriamente da formo como vem interferindo, lutando apenas pelos princípios de sua religião.
Vivemos em um país mestiço, multicultural e laico. Precisamos, então, começar a pensar como tal.
Não é o fato de discordar com Marco Feliciano que irá levar o religioso ao descontentamento de seu Deus.
Estamos falando dos direitos de pessoas que, como esses religiosos, têm uma família, trabalham, estudam, e têm sentimentos.
Criticar as declarações públicas do Deputado Feliciano tornou-se algo ofensor, para a visão dos religiosos. Mas vocês esquecem de quantas declarações a figura faz menosprezando as opiniões daqueles que não o seguem.
Marco Feliciano é como qualquer outro homem do país. Sua diferença é a de que ele está no Poder e sabe que a sua palavra exerce mais poder. O Deputado não tem o direito de tirar os direitos de outrem.

E deixar Feliciano, e todos os outros políticos que agem igualmente, no Poder é o mesmo que estar nos sentenciando, pois chegará uma hora em que ninguém vai ter direito a mais nada.
O que é correto, então? Questionarmos ou acatarmos?

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