O poema abaixo não segue e nem se encaixa em nenhum "padrão poético". Foi mais uma forma de contar uma história que me surgiu. Espero que gostem!
Queda
No princípio, quando só
havia Deus,
o Pai Maior decidiu criar
os Seus.
Antes, tinha o Universo ao seu esbanjo;
agora, dividia tudo com
cada Arcanjo.
Miguel foi o primeiro;
Gabriel, o mensageiro;
Rafael, curandeiro;
Lúcifer, faroleiro.
E esta história é sobre o
Iluminado;
a Estrela da Manhã, como
foi nomeado.
O anjo, embora sério,
era o preferido de Deus
naquele império.
Belo, alto e sagaz,
não deixava a humanidade
para trás.
Egoísmo, destruição e
matança:
para os homens, era uma
dança.
Embora, de Deus, fosse um
reflexo,
para o Pai, aquilo Lhe
deixava perplexo.
Tentando ensinar uma lição,
Deus, somente, agiu com
punição:
Egoísmo, destruição e
matança.
era apenas Deus entrando na
dança.
Achando aqueles atos tão
brutais,
Lúcifer tremeu em aversão.
Ele agiu com
as próprias mãos,
pois não
queria, aquilo, mais.
Pediu
auxílio ao Mensageiro,
mas o anjo,
num devaneio,
disse-lhe
que aquilo não estava previsto,
e que, sua
missão, era avisar sobre o Cristo.
Apelou ao
Anjo da Cura;
a resposta,
com ternura,
resultou em
negação.
Ele, então,
tomou uma decisão.
O último
apelo foi ao Principado:
— Ó, meu
irmão, fique ao meu lado!
O anjo, com
sua espada, então, respondeu:
— O Paraíso
é meu lar; e, não mais, o teu!
Como Deus,
ali, dormia,
Miguel agiu
com tirania:
— Não agirás
por trás do Pai!
De seu
trono, o Príncipe sai.
Caindo,
então, numa emboscada,
a Estrela da
Manhã é atingida por uma espada;
Miguel cortou,
do irmão, cada artelho,
manchando o
Céu com sangue vermelho.
O Iluminado,
assim, urrou de dor,
enquanto, na
Terra, abria-se um abismo assustador.
Miguel
procedeu sem piedade
e arremessou
o irmão com crueldade.
— Teu
brilho, agora, será ofuscado pelo escuro,
pois, nas
entranhas da Terra, eu te enclausuro!
Enquanto
caía, o anjo prometeu:
— Farei o
meu reino nas trevas que me deu!
Junto a ele,
outros anjos caíram:
tudo,
porquê, um líder viram.
Contudo,
assim que chegou ao Porão,
seu corpo
sofreu uma grave alteração:
onde, antes,
haviam dedos mutilados,
agora,
haviam cascos afiados;
as asas,
antes emplumadas,
agora
estavam bem encouraçadas.
Chifres, em
sua fronte, brotaram pontudos;
e os outros
anjos viraram demônios cabeçudos.
Ali, em meio
a toda aquela quentura,
fizeram um
reino tomado por amargura.
Vivendo uma
eterna impiedade,
o Diabo foi
condenado à bestialidade.
Mas não
viveria implorando por perdão,
pois aquela
era a chance de ascensão.
Nascido
Estrela da Manhã,
Lúcifer era,
agora, o Satã.
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