quarta-feira, 6 de maio de 2020

Sobre amor (próprio), sobre amar (a si)




2007. Aos 16 anos, eu me apaixonei pela primeira vez e achei que o amor machucava demais. Como é possível gostar tanto de alguém e não poder estar com esse alguém?

2010. Aos 18 anos, eu voltei a gostar muito de alguém. Mas a imaturidade dos dois me fez acreditar que amar alguém machucava demais. Eu “parti” o coração de alguém ao decidir pelo fim, mesmo gostando muito.

2011. Aos 19 anos, eu comecei a amar alguém. De novo. E, por muito tempo, foi a melhor das experiências que eu tive. Mas eu idealizei demais... Ainda assim, o amor, ali, parecia ser algo certo (embora, lá no fundo, eu sentisse alguma coisa que remetesse a uma falta de ar!).

2013. Aos 21 anos, eu senti o meu coração se partir pela primeira vez. Doeu pra cacete. Mas, depois, eu me reergui e busquei novas formas de amar. Não deixei d desacreditar no amor por outra pessoa.

2018. Aos 27 anos, pela primeira vez em muito tempo, voltei a pensar sobre o quanto o amor poderia machucar. Embora estivesse com alguém, a sensação era de estar só e essa solidão me corroía por dentro.

2019. Aos 28 anos, pela segunda vez, o meu coração se partiu e eu vi toda a minha vida desmoronar... É, porque eu tinha estruturado toda a minha vida sobre uma pessoa (que não era eu!). A culpa me atormentava. Mas, sobretudo, a decepção por ser enganado por alguém em quem confiava demais era algo assombroso.

2020. Ainda aos 28 anos, eu entendi que não era o amor nem mesmo o modo intenso que amava que me feria. Era quem eu amava... O que provoca os ferimentos são as pessoas (ou o que esperamos sobre elas), não o amor em si. Eu precisei dar conta de tudo e aceitar, de uma vez por todas que o amor por quem eu sou precisa ser muito maior que o amor que eu sentisse por qualquer pessoa.

Eu preciso ser a minha pessoa. Eu preciso ser a minha prioridade e o meu mais profundo amor. Às vezes, o que a gente quer, não é aquilo que a gente realmente merece. As decisões precisam ser tomadas para o nosso próprio bem. Eu compreendi que o amor não é permanecer apenas, é sobre cuidar e ser cuidado – e essa é a única razão que deve fazer você ficar. Se algo te machuca, não vale o seu amor.

Mas abraçar o amor próprio não é tão simples e fácil. Dar as mãos para si e seguir sozinho, buscar os próprios planos, realizar os próprios sonhos, tudo isso gera uma angústia intensa. O que me deixa bem, afinal, é saber que estar comigo me deixa bem.

E o mais incrível é todo esse tempo que eu tive e tenho para refletir sobre isso. Não deixar isso passar mais uma vez e entrar no mesmo ciclo... Se, alguma hora, eu encontrar alguém, eu quero que esse alguém entenda que eu não vou pensar duas vezes sobre fechar qualquer ciclo que precise ser fechado porque, se fere o meu amor, não deve ter o meu tempo.

Eu não tô dizendo que a gente não pode amar os outros. A gente pode e deve, sabe? Mas sem esquecer da gente nem por um segundo. Eu sou tão intenso quanto ao que sinto pelas pessoas próximas de mim que eu seria capaz de aquecer uma vila inteira durante um inverno. Mas eu quero ser mais cuidadoso comigo. Eu preciso desse cuidado.


No mais, toda essa exposição serve a um propósito: quem me conhece sabe o quanto eu transbordo esse amor. Eu só quero ser essa fonte ilimitada desse recurso que é meu e poder alimentar, além dos outros, eu próprio.

quarta-feira, 6 de novembro de 2019

O voo da Fênix




Um vento frio e sibilante soprava por entre as árvores da floresta. Alguns animais pequeninos corriam para suas tocas e para os seus ninhos enquanto fugiam daquele ar congelante. O céu estava num tom cinza chumbo e as nuvens pareciam formar ondas tridimensionais no alto.

No alto de uma montanha, repousava em seu ninho uma ave diferente. Com uma crista de penas amarelo-ouro, seus olhos negros fitavam o horizonte, como se estivessem hipnotizados. Seu pescoço era forrado por rajados de preto sobrepostos ao laranja. E seu corpo era todo avermelhado como uma mancha de sangue vívido. O seu rabo se estendia por longas dez penas pretas e pintadas de branco.

A ave estava ferida. Uma fumaça esverdeada saía debaixo de uma de suas asas, por um extenso ferimento profundo. O sangue dourado escorria feito ouro derretido pelas pedras da montanha, mas a ave continuava fitando o horizonte em chumbo. Há pouco mais de seis anos, aquela mesma ave havia passado por um intenso processo de transformação e de renascimento.

Era sempre assim: algo a machucava demais de forma que ela ficasse impedida de continuar voando. Sempre suas asas eram afetadas e ela perdia a bela habilidade de voar rasante pela floresta e por todos os campos que ali cercavam. Mas, desta vez, o ferimento parecia mais profundo; ela sentia uma dor agonizante sob o seu peito e, por isso, não conseguia alimentar-se nem reagir... Poupava a sua energia restante, o seu calor restante.

Desta vez, ela achava que não poderia reerguer-se. Acreditava estar fraca demais para isso, que seria impossível. Então, algo aconteceu: um pequeno mico-leão escalou a montanha e jogou algo perto dela; era uma semente de carvalho. A ave olhou para a semente e entendeu: carvalhos são árvores utilizadas como medidores de catástrofes naturais, são as árvores que mais absorvem as consequências de temporais – quanto mais tempestades o carvalho enfrenta, mais forte ele fica, com suas raízes se aprofundando ainda mais sob a terra e tornando o seu tronco mais robusto, ficando muito firme no solo. Outros animais fizeram o mesmo: trouxeram gotas de água, outras sementes, flores e frutos. Tudo na intenção de acolher aquela ave majestosa. A ave moveu a cabeça em agradecimento.

Raios e trovões começaram a tomar conta do local num festejo particular. Em seguida, o vento ficou mais forte. A ave soltou um gorjeio melancólico. Todos os animais ali perto olhavam com lamento. Foi como um grito de alarme. No instante seguinte, as penas da ave começaram a desprender-se do seu corpo, deixando-a completamente vulnerável. A sua ferida ficou visível: um corte irregular que jorrava o sangue dourado e brilhante, o mesmo sangue que era absorvido pela terra a cada gota caída. Então, numa rajada de vento, a ave começou a se desintegrar, literalmente, virando pó. Os seus restos, feito poeira de um diamante, eram levados pelo vento e dançavam em sintonia pelo ar.

A chuva começou a cair. Todos os animais se recolheram novamente para as suas tocas enquanto observavam a chuva derrubar cada pedaço restante do que havia sido aquela linda ave. E os pedaços se amontoaram todos no chão, numa clareira. Cerca de três horas depois da tempestade, o céu clareou e exibiu um espetáculo de cores azul e violeta. Aos poucos, os animaizinhos rodearam o monte de poeira restante da ave e ficaram ali por um momento.

A última nuvem de chuva que restou lançou um raio em direção aos restos da ave. E o pó começou a pegar fogo. Uma chama muito alta começou a arder num vermelho vivo e dançante. Os animais, assustados, afastaram-se para trás. Mas o fogo não parava de crescer: a chama tomou proporções altas e um formato peculiar. Aos poucos, o fogo tomava a forma de uma ave no céu, com suas enormes asas se abrindo de uma ponta a outra e a sua cabeça olhando para cima, num canto harmonizado que ecoava por todo o lugar.

O fogo começou a diminuir e a exibir aquela mesma ave que estava ferida. Mas, agora, ela estava curada. Ela precisou do caos, da água, do ar, da terra e do fogo para curar a si e transformar-se na sua melhor versão. Era uma fênix, uma linda ave colorida que emanava um brilho quente por suas penas.

A fênix olhou para cada um dos animais que estava ali, percorreu o olho por cada ser vivo. Então, virou-se e, num súbito mergulho, voou para a imensidão do céu, sumindo no horizonte em busca de uma nova vida.

terça-feira, 15 de outubro de 2019

Cartas para a Vida - #02


CARTA N. 02 – Não era pra ser diferente?



Querida Vida, pode até ser que você pense que eu não te quero bem, mas eu quero. Quero muito! Mas confesso que estou um pouco confuso com tudo o que vem acontecendo.

Lembra que, naquela primeira carta, eu contei pra você como eu me sentia sobre as coisas? No final, eu te perguntei o que fiz a você. Perguntei se você lutava contra mim. Você não me respondeu... Pelo menos, não respondeu verbalmente. Você agiu e tem me mostrado que não gosta nem um pouco de mim.

A cada dia que passa, eu luto contra uma vontade imensa de acabar com você e dormir de um jeito que nunca dormi; talvez, assim, eu não sentiria mais nada disso, nem dores, nem sofrimento, nem medo, nem desesperança. Eu tô tão acuado, tão amedrontado com tudo o que tem acontecido...

Eu sei que não estou só. Sei que tenho dezenas de pessoas ao meu redor querendo me ver bem. Mas não é o que eu sinto. A todo instante, a minha mente vem e me diz: “Cara, você não percebe? Você não é necessário!”. A todo instante, eu luto contra tudo o que o meu cérebro me diz... E ele diz tanto: “Você é um lixo”, “Você é descartável, afinal, não é?”, “Para de ficar tentando qualquer coisa, já era pra você!”. E eu não sei mais como lidar com tudo isso. Eu juro que não sei!

Eu sei que relacionamentos vão e vêm. Sei que relacionamentos são finitos porque sentimentos são mutáveis, adaptáveis. Mas as coisas poderiam ter sido de outra forma... Não tinha um jeito de me preparar para tudo isso? Lutei, lutei, pra acabar assim? É esse o meu destino?

Eu não sei o que fazer. Eu não sei. Nesses quarenta e poucos dias, houve três dias em que a única coisa que pedi antes de dormir foi: “Espero não acordar amanhã.”. Eu nem sabia que tinha tanto para chorar, a ponto de chorar por todos esses dias. E eu tento me controlar, tento fazer outras coisas. Mas nada tira da minha cabeça que eu podia ter feito mais.

Por que é que teve de ser assim? Por que eu tive que sentir tanto? Por que eu tive que me doar tanto? Por que eu tive que amar tanto? Cadê o retorno disso tudo? Cara Vida, você só pode estar zombando da minha cara.

Quero pedir pra você: por favor, faz alguma coisa. Eu não vou segurar por muito mais tempo... Não vou. Estou procurando apenas formas de amenizar tudo isso para quem está ao meu redor... Mas eu não vou conseguir estancar por muito mais tempo.

terça-feira, 18 de junho de 2019

Por trás de todo o caos.


É... Parece que as coisas chegaram a um ponto sem retorno.
Eu não consigo mais enxergar perspectivas futuras. Eu tento, fecho os olhos, forço as minhas pálpebras, mas tudo o que vejo é o breu.



Eu tento me apegar às minhas memórias, aos bons momentos, a tudo de bom que eu já vivi, a todas as experiências que marcaram a minha trajetória até aqui. E, ainda assim, esse peso, esse bolo que sufoca a minha garganta e me deixa sem ar ainda se faz presente.

Tem tanta gente que eu amo, tanta coisa que eu amo tanto! Me dói pensar em tudo e não ver nada disso à minha volta. Dói ver que estou sozinho nesse breu – por mais que as pessoas digam que estão comigo e que posso contar com elas, eu continuo me enxergando sozinho aqui.

Eu não sei o que fazer... Eu não sei mais como organizar tudo o que eu sinto e que está formando essa tormenta aqui dentro. Eu durmo sempre desejando não acordar e poder não sentir mais nada. Eu acordo sempre desejando não dormir com medo de nunca mais acordar. E eu não posso contar isso pra ninguém porque é pesado demais, ninguém merece essa carga!

Eu não quero voltar pra casa porque, lá, eu me lembro de todas as coisas boas que eu já vivi e não quero ser aquele que se vitimiza para conseguir o mínimo de atenção. Eu não quero vir trabalhar porque, aqui, eu percebo o quanto eu sou um inútil em ter dito que faria tanta coisa e não ter conseguido fazer nada do que eu queria. Eu não quero ir ver os meus pais porque, com eles, eu tenho vontade de chorar igual criança e pedir colo, mas são eles quem precisam de colo agora. Eu não quero ir ver os meus irmãos porque cada um deles tem a sua vida formada e já lidam com os seus problemas para conseguirem manter tudo girando.

Tá tudo tão difícil. E não há mágica que faça toda essa sensação sumir... Não há magia que faça as pessoas entenderem que eu não estou assim porque eu quero, mas porque eu não consigo sair disso.

Espero conseguir segurar tudo isso o quanto puder antes que tudo vire caos e destruição.

quinta-feira, 20 de setembro de 2018

Falar sobre suicídio: O medo de ganhar responsabilidade sobre aquilo que eu não controlo




Eu estava pensando... Não falar sobre um problema não faz com que esse problema deixe de existir. Na verdade, não falar sobre ele só me cria a noção de que ele não existe mais ou que não é mais uma responsabilidade minha.

Medo. Eu tenho medo de falar sobre aquilo que eu acredito que seja minha responsabilidade porque isso envolve o julgamento dos outros, envolve a culpa que eu posso me dar caso eu não consiga resolvê-lo.

Mas, agora, vamos nomear esse problema: suicídio. Aposto que, só em ler essa palavra, você já experimentou uma sensação esquisita, um incômodo. Então! O suicídio é real. Ele existe. A ideação suicida é real. Ela também existe. É algo que está acontecendo em volta do mundo – queira você falar ou não. Em algum lugar do mundo, a cada 40 segundos, uma pessoa acaba com a própria vida. Aqui, no Brasil, uma média de 32 pessoas acaba com a própria vida diariamente. 56% das pessoas que tentam, morrem na primeira tentativa de suicídio. 40% das pessoas que tentaram uma vez voltam a tentar suicídio ao longo da vida. Mais de 1/3 das pessoas com ideação suicida mantém essa ideação por uma década. A estimativa é de que, no ano de 2020, o número de suicídios chegue a 1,5 milhão.

Um estudo do National Institute of Mental Health (Instituto Nacional de Saúde Mental) dos Estados Unidos, dirigido por Thomas Insel, mostrou que a redução da mortalidade por algumas causas médicas. De 1965 a 2012, as mortes por acidentes de trânsito reduziram em 20 milhões (porque houve investimento em campanhas de conscientização e atenção no trânsito); as mortes por AIDS reduziram em 30 milhões (porque os governos investiram nas campanhas de prevenção e ofereceram métodos preventivos); mas as mortes por suicídio não sofreram uma queda porque não houve investimentos na área. No Brasil, o Ministério da Saúde criou um plano de prevenção ao suicídio em 2006, porém, o plano não saiu do papel.

A morte é um tabu muito grande em nossa sociedade ainda. E é um tabu ainda maior quando a morte é provocada pela própria pessoa. Afinal, uma coisa é ter uma vítima para sentir pena e um algoz a quem culpar... Mas o que eu faço quando a vítima e o algoz são a mesma pessoa? O que eu faço quando a pessoa que mata é a mesma pessoa que morre?

Eu não faço nada. Eu não tenho de fazer nada. Isso não cabe a mim. Eu não fui preparado para lidar com a minha dor, quanto mais para lidar com a dor do outro. Nós não damos conta de tudo – eu não dou conta de tudo. Quando um suicídio acontece, ele acontece por uma série de fatores e não apenas porque alguém “descuidou” e não percebeu o que estava acontecendo com a pessoa.

O medo em torno da discussão sobre o suicídio se prova um medo pela responsabilidade de ter provocado um suicídio quando eu ouço uma fala do tipo “É melhor não falar sobre isso (suicídio) porque pode acabar sugestionando coisas...”. E não é assim, não quando a gente fala com a intenção de prevenir, de desmitificar. Ter informações adequadas sobre o tema é uma forma importante de preveni-lo. E, aí, a gente precisa ter algo em mente: podemos prevenir um suicídio, mas não podemos evitá-lo. Eu não tenho controle sobre as decisões do outro, sobre a vida do outro.

Portanto, a única coisa que posso fazer para ajudar é perceber a dor do outro, tornar-me sensível a isso e oferecer a minha escuta. Apenas isso. Tudo o que vem depois disso, não está em minhas mãos.

E quando eu digo que ouvir o outro e reconhecer a dor do outro faz diferença, é com conhecimento de causa – dos dois lados da causa. Muita gente que estava sofrendo e, depois de poder desabafar e me contar tudo o que estava sentindo, relatou melhora e alívio. Mas eu (sim, eu!) também já senti esse alívio ao desabafar para alguém.

E como é difícil eu confiar em alguém para contar as minhas dores mais profundas. Como é difícil eu acreditar que não vão me julgar se eu contar que já me cortei para tentar sentir algo além daquela angústia. Como é difícil e pesado eu falar sobre o desejo de não acordar todos os dias e passar mais um dia aguentando todo esse sofrimento – e muita gente acaba nem se dando conta. E nem precisa se dar conta, afinal, é o meu sofrimento. Mas é difícil. Eu choro quase todos os dias quando sou tomado por pensamentos confusos, pelas sugestões que a minha própria mente me dá para me livrar de tudo isso que eu sinto.

Todo dia, quando acordo, penso: “Eu espero que eu sinta menos hoje.”. Durante o dia, um turbilhão de emoções – e eu nunca consigo organizá-las.

É assustador pensar na morte como alternativa a essa angústia... Porque eu amo o meu marido, eu amo os meus irmãos, os meus pais, a minha família. Eu amo os meus animais de estimação. Eu amo muitas pessoas que conheci nesses 27 anos – algumas, inclusive, que já nem fazem parte da minha vida diária. Mas eu fico desesperado quando eu penso em como cada uma delas ficaria se soubessem como eu me sinto todos os dias. E essa angústia, essa culpa, acaba me afundando ainda mais.

Na verdade, eu estou com o coração acelerado escrevendo aqui porque isso é algo que pouca gente – quase ninguém – sabe. O medo dos olhares é muito grande. O medo dos conselhos... Eu não quero conselhos, eu quero que a dor pare, eu quero que o sofrimento acabe.

Por isso, eu peço:

“Sejam mais gentis, por favor. Amem mais, ajudem mais, vejam mais, peguem nas mãos das pessoas que estão se afogando. Dê a sua mão. Dê um sorriso. Eu quero pedir que sejam mais tolerantes.”

Deixem que as pessoas chorem porque, talvez, com o choro, elas possam sentir o alívio de que precisam – não vejam o choro como uma fraqueza nem fiquem desesperados ao verem alguém chorando. Deixem as pessoas falarem sobre a sua dor. Ouçam.

O pacto de silêncio nunca é favorável.