sexta-feira, 31 de janeiro de 2014

E por que, não, o ódio?



Amor. Ódio.
Ambos "nascidos" no mesmo lugar.



Mas por que um é "pior" que o outro?

Não é. O ódio não é pior que o amor. É tão natural quanto. Ajuda a decidir a quem confrontar. A quem desafiar.

O ódio chega a ser incontrolável, assim como o amor. Mas, ainda, é tido como o vilão, como negativo, errado.
Atire a primeira pedra quem nunca, mesmo que quase desapercebidamente, tenha sentido ódio por algo - por alguém.

Ódio daquele vizinho que ouve suas músicas com o aparelho de som no último volume. Ódio daquela vizinha que sempre empurra a sujeira para a porta de sua casa. Ódio daquele chefe que apenas apontou seus erros, mas nunca seus acertos. Ódio daquela ex-namorada do seu namorado. Ódio do seu pai, que te maltratava quando você ainda era uma criança.

Aprenda a conviver com o seu ódio.

sexta-feira, 1 de novembro de 2013

Onde reina a esperança.




Ele acordou. O relógio marcava 6:45, estava muito cedo. Virou-se para o lado, e percebeu algo inusitado. A parede do seu quarto estava destruída, com um grande buraco em seu centro. O mais estranho não era isso, mas o que se enxergava do outro lado não era a sua vizinhança.
O menino levantou-se de súbito, assustado. Havia um vasto campo florido no outro lado da parede, uma terra desconhecida. Um grande lago, de uma água acobreada. Definitivamente, ali não era o seu lar.
Tenso, o garoto trocou de roupa e colocou a cabeça para fora do buraco, esperando tê-la arrancada por algo. Por sorte, nada aconteceu. Sua casa já não existia, era somente aquele cômodo, o seu quarto, no meio daquela terra desconhecida. Rodeou o cômodo, e nada encontrou, nenhum vestígio de sua casa, de seus pais.
O medo começou a tomar conta, e então o menino decidiu explorar o lugar, procurar por ajuda. Duas horas de caminhada renderam-lhe apenas desgaste, sede e fome. Lembrou-se de que havia guardado uma maçã em seu criado, e voltou para buscar.
Mas, para a sua surpresa, o seu quarto desaparecera. Ele tinha a certeza de que não havia voltado pelo caminho errado, e nem teria como errar... Mas não encontrou nada. O desespero só aumentou. O menino sentou-se no chão e desabou em prantos. Estava perdido, sozinho, com fome e com sede. E não podia satisfazer nenhuma de suas necessidades.
Ele, então, enxugou os olhos com a camiseta listrada e pôs-se de pé. Pensou em tudo aquilo que lhe dava forças, que o deixava feliz. Pensou em seus pais, pensou em sua casa, pensou em seus amigos, pensou em comida, pensou em brincar. Mas a única coisa que acabou dando certo foi pensar em sonhar. O garoto percebeu que poderia estar sonhando, que tudo aquilo estivesse acontecendo em seu inconsciente, e então fez o que há de melhor a se fazer em um sonho. Desejou água potável. E uma garrafa de água começou a brotar, inesperadamente, da terra. Desejou comida. E árvores passaram a crescer, rapidamente, ao seu redor, dando frutos diversos, alguns desconhecidos. Desejou um abrigo. E, assim, uma cabana se montou sozinha, ao seu lado.
O garoto ficou maravilhado com aquilo. Poderia fazer surgir tudo o que desejasse? Desejou, então, que os pais estivessem ali. Estranhamente, duas criaturas se ergueram da terra, limpando os resquícios de sujeira e ficando de pé, ao lado do menino, sorrindo. Eram seus pais. O menino correu e abraçou-os.
Pronto. Tinha tudo o que queria. Água, comida, um novo lar e seus pais. Mas seriam os três, unicamente, naquele lugar? O menino passou a desejar outras coisas. Amigos, pessoas sábias, pessoas boas. Animais. Desejou, também, alegria, humildade.
E aquele mundo foi se transformando. Em poucos minutos estava totalmente habitado, por seres humanos, animais e plantas. Mas não era um mundo como o qual o garoto estava acostumado. Era diferente.
Havia, no ar, algo que ele jamais conseguira sentir em seu "mundo real". Havia esperança.

sábado, 12 de outubro de 2013

Somos aqueles que podem trazer amor ao mundo!


Ação de criar, produzir, erguer. Criação. Indivíduo da espécie humana na infância.
Indivíduo da espécie humana na infância com a exorbitante e incrível capacidade de criar um mundo onde o amor é a linguagem universal.

Uma criança carrega consigo a pureza. Não tem medo, não tem preconceito, não tem ódio, não faz distinção. Mantém tudo isso, até que vem o adulto e insere todas as outras coisas que destroem esta pureza - com a justificativa de que a vida pede sabedoria. Tolos aqueles que pensam que sabedoria está em ser mais que o outro. Uma criança sabe, mais que qualquer um, que sabedoria é saber erguer um mundo inteiro, com seus habitantes, com suas histórias, entrelaçados em um bom enredo.

Vamos olhar mais aos nossos pequenos. Vamos ajudá-los a construir e erguer o mundo que eles idealizam.
Vamos ressuscitar a criança que fomos um dia. Vamos nos juntar e resgatar essa pureza.

Um feliz dia da criança!

quinta-feira, 10 de outubro de 2013

Conto - A Estrela Guia



Arábia. Cerca de dois mil anos atrás.

    Três homens atravessavam pelas terras áridas do deserto naquele fim de tarde. Eram três magos da Caldeia – os caldeus eram considerados um povo muito sábio, pois se dedicavam ao estudo dos astros e dos encantamentos. Havia rumores naquela época de que o Rei dos Judeus, o Cristo, logo chegaria ao mundo, e uma estrela anunciaria o seu nascimento.
    Desde então, os três magos decidiram viajar pelos desertos esperando por uma estrela que os guiassem. O primeiro mago, de origem ariana, era o mais velho de todos, e não conseguia imaginar como uma estrela cadente poderia guiá-los:
    - O astro irá nos guiar, você verá! – garantiu o segundo mago, de origem asiática.
    - Assim dizem os escritos. – lembrou o terceiro mago, de origem africana, o mais novo.
    - "Uma estrela procederá de Jacó e um cetro subirá de Israel.", é o que dizem as escrituras. – concordou o primeiro mago. – Precisamos, então, aguardar o momento. Assim que a próxima estrela cair, deveremos segui-la até alcançarmos o Rei.
    Como um milagre, um brilho se intensificou no céu. Era muito mais resplandecente que qualquer outro astro do céu. Os três, então, se apressaram. Subiram em seus camelos e iniciaram o cortejo ao astro.
    No caminho, o segundo e o terceiro mago decidiram trocar o que tinham por presentes para prestigiar a chegada do Rei, uma vez que o costume impedia que se chegasse a alguém de importância sem presentes a oferecer. O segundo mago comprou incenso, pois representaria a divindade do Rei, enquanto que o terceiro mago comprou mirra, que representaria a humanidade do Rei, enquanto nascido como um homem. O primeiro mago não se alegrou com nada que viu para presentear o Rei, então esperaria encontrar o presente certo.
    - Mas como me intrigam os movimentos deste astro! – comentou o primeiro mago.
    - Deveras. – assentiu o terceiro mago.
    - Por que este percurso tão defeituoso? – interpelou o segundo mago. – Uma estrela não tem movimentos tão absurdos!
    O objeto luminoso se movimentava em velocidade acima da esperada. Seus movimentos ora eram circulares, ora eram uniformes e retilíneos.
    - Precisamos estugar ou perderemos a estrela! – advertiu o primeiro mago.
    - Creio que já estamos em Belém. – presumiu o segundo mago.
    - Sim, estamos. – respondeu o terceiro mago. – Olhem!
    Os três magos observaram o corpo reluzente no céu. O objeto havia reduzido a sua velocidade e fazia uma curva descendente. Singelas faíscas caíam da estrela, enquanto ela rumava a Terra. E então o objeto sumiu.
    - Onde está? – questionou-se o segundo mago.
    - Ela caiu por trás daquele monte. – respondeu o primeiro mago. – Vamos, apressem-se!
    Assim, os peregrinos se apressaram com os seus respectivos animais em direção ao monte.
    Já se passavam dias desde o início da procissão, e finalmente os três magos encontraram o local em que a estrela caíra. Uma enorme cratera havia ali se formado, em meio aquela imensidão desértica.
    - O que tem ali? – O primeiro mago enxergou um pequeno brilho no centro do buraco formado pelo choque do objeto com a terra. – Venham!
    Quando se aproximaram da cratera, a luminosidade reduziu-se a um pequeno destroço. Não possuía uma forma reconhecível, era apenas um pedaço do que restara daquele objeto voador. Com certeza aquilo não era uma estrela.
    O primeiro mago logo teve a ideia de coletar aquele material feito de ouro para presentear o Rei que estava para nascer. Então, ele desceu à pequena cratera e tateou com precaução os destroços, escolhendo um pedaço nem tão grande, e nem tão pequeno.
    Os outros dois magos observavam atônitos aqueles restos. Certamente não eram os restos de um astro. Mas o que seriam?
    - Não descerão? – perguntou o primeiro mago, guardando o pedaço de ouro.
    - Não. Precisamos continuar a nossa busca pelo Rei. – lembrou o terceiro mago.
    De volta aos camelos, os três magos nem precisaram montar novamente nos animais. Ouviam o choro de uma criança vindo de um estábulo próximo dali. Deixaram os seus animais, pegaram os seus pertences e correram até o local.
    Ao entrar no estábulo, os três magos depararam-se com uma senhora segurando um bebê em seu colo, com um senhor ao seu lado. Então, prostraram-se diante do casal, admirando a criança e oferecendo-lhe os seus presentes. Após a entrega da mirra e do incenso, o primeiro mago decidiu entregar o seu presente:
    - Presenteio-te, criança, com este pedaço de ouro. – disse o primeiro mago, entregando a peça na mão da senhora. – Simboliza a tua realeza, a sabedoria que veio do Céu para a Terra.
    Os pais do menino assentiram em gratidão.
    Após contemplar o nascimento do Filho de Deus, os três magos levantaram-se, despediram-se e partiram, sumindo novamente na imensidão do deserto, carregando consigo o segredo daquele objeto que caíra do céu naquela noite.

sexta-feira, 27 de setembro de 2013

Vivemos por fé, e não pelo que vemos.


Fé. O que é a fé para você? É Deus? É religião? É crença? É sentimento?
É mais que isso. É mais que acreditar. É insistir, investir com tudo o que se possui, naquilo que se acredita.
É quando, mesmo as pessoas dizendo-lhe que é incerto, que não é certo, ou que seja certo, você continua acreditando - porque aquilo é o que te move.

A fé é o que te move, te faz perseguir os seus desejos, os seus anseios, os seus ideais. Ao mesmo tempo, a fé é o que te mantém firme, inabalável, nos momentos mais difíceis de sua vida. A fé é como uma âncora, que não vai deixar você se perder durante as tempestades, e vai dificultar um pouco quando você precisar seguir em frente - a menos que você conheça a sua fé.

A fé envolve Deus, pra quem acredita. A fé envolve Ciência, pra quem acredita. A fé envolve pessoas, pra quem acredita. A fé envolve sentimentos, pra quem acredita.

Para quem acredita, é tudo uma questão de Fé.