sábado, 4 de maio de 2013

Sou errado. Sou errante.



Mente esgotada. Corpo exausto. Espírito abalado. Suas forças estavam exauridas. Não entendia o pretexto para frequentes discussões, sempre ocasionadas por motivos tão levianos. Suas lágrimas tentavam escorrer, mas seu orgulho, seu medo, as impediam.
Seu coração, apertado, doía. Sua alma ansiava por mudanças. Raiva, indignação, desespero... No meio daquele turbilhão de sentimentos ele mal conseguia distinguir cada um. O mais nítido, aparentemente, era a decepção. Estava profundamente decepcionado consigo e com o mundo. Na mesma proporção em que a vida lhe trouxera bons frutos, estava também lhe mostrando os seus vermes.
Apesar das pessoas à sua volta, estava mergulhado no mais profundo abismo, sozinho e apavorado. Sentia a incerteza tomar conta de si enquanto a dor somente evoluía. Quis gritar, mas algo aprisionava a sua voz. E o choro não veio, ainda não. Olhava ao redor, enxergava a grama, mas não via a esperança. Estava com medo de todos aqueles sentimentos, era como se tudo que conseguira alcançar escoasse por entre seus dedos.
Talvez a solução estivesse nisso. Nunca pensara, verdadeiramente, que um dos motivos de sua existência não era 'ter', e sim completar as pessoas. Sua cabeça doía, parecia que estava a ser comprimida. O medo ainda lhe assombrava. Em sussurros, desejava a mudança, mas não entendia como poderia mudar ainda mais. Se deu conta de que, em toda a sua vida, mudou para os outros deixando de lado a sua própria essência - perdendo-na. Mais uma vez, o medo regressou.
Por um breve segundo pensou em desistir de tudo. Mas, por fim, conseguiu se recordar de seu maior valor: o amor - amava as pessoas de modo ímpar. Afastou, então, aquele pensamento. Sua existência se baseava no propósito de amar as pessoas - mesmo aquelas com seus crimes ou segredos obscuros - e mostrar o quanto elas são importantes umas para as outras. Não mudaria, não novamente. Mas tentaria se adaptar às dificuldades da vida e mostrar a sua verdadeira alma. Iria mostrar quão humano era, e digno de cometer erros, seja os quais fossem, tal como qualquer outro humano. Mostraria que um erro não é maior, ou menor, que o erro do outro, mas que todos são erros - seja por quem for cometido.
Respirou. Refletiu. E agradeceu ao Universo por existir, por ser humano!

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