sexta-feira, 12 de julho de 2013

A sombra do futuro, a sobra do passado, assombram a paisagem.


Dor. Angústia. Arrependimento. Incerteza. Tudo começara com uma discussão, que foi elevada a grandes proporções, resultando em surpresas. Machucados. Ambos, ao fim, estavam machucados. Um mais que o outro, talvez. Mas estavam.
A partir de então, uma incerteza avassaladora assombrou o espaço. Decepção, amor... Uma mistura de sentimentos, que mal podia ser controlada. Confusão. Nada se encaixava, muito pelo contrário, tudo estava desordenado, em um frenesi.
O mundo pareceu escurecer. As paredes pareciam se comprimir a cada dia. Era só fechar os olhos, e as coisas ruins apareciam - pesadelos. A angústia crescia dia-a-dia. Ser? Não ser? Gostar? Não gostar? Não havia perdão que acalmasse aquela indagação. Auto-indagação.
Aquela viagem para o interior da alma já durava há semanas. Mas nenhum destino fora alcançado. Nenhum resultado, nenhuma visão, nenhuma conclusão. O que podia, tudo aquilo, significar? Desistência? Desinteresse? Descrença?
Não sabia. Não tinha ideia. E aquilo alimentava sua inquietação, sua angústia. O pranto já durava dias. Estava consternado. Os pesadelos pioravam - já nem queria mais adormecer.
E o que lhe havia sido pedido, fora apenas tempo. Mas o tempo, ali, era o seu inimigo. Seu arqui-inimigo.
Teria de aguentar a eternidade, até que lhe viesse uma resposta, uma decisão. Enquanto isso, só lhe restava ser forte.

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